O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota oficial nesta terça-feira (23) para esclarecer a natureza de seus recentes encontros com autoridades do setor financeiro. Segundo o magistrado, as reuniões, que incluíram o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, tiveram como objetivo exclusivo discutir os desdobramentos da aplicação da Lei Magnitsky contra ele.
Na nota, o ministro não faz menção direta à instituição financeira.
Agenda com o Setor Bancário
De acordo com Moraes, o diálogo sobre o impacto das sanções internacionais se estendeu a diversas lideranças do setor privado e público. Além de Galípolo, o ministro confirmou audiências individuais com:
- Tarciana Medeiros (Presidente do Banco do Brasil);
- Cúpula jurídica do Itaú;
- Representantes da FEBRABAN e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras;
- Lideranças do BTG, Santander e Itaú.
“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, declarou o ministro em nota.
O Contexto do Banco Master
A controvérsia ganha corpo devido ao histórico recente do Banco Master. Em setembro, o Banco Central barrou a aquisição do BRB pela instituição, alegando falta de documentação que comprovasse viabilidade financeira. Posteriormente, em novembro, o proprietário do Master, Daniel Vorcaro, foi detido pela Polícia Federal sob suspeita de fraudes financeiras.
Soma-se ao cenário o fato de o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, possuir um contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master, com previsão de pagamentos mensais até o ano de 2027.
Reação Política e Pressão no Congresso
As revelações sobre as agendas do ministro geraram reação imediata na oposição parlamentar. Nesta segunda-feira (22), congressistas anunciaram a intenção de protocolar um novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes. Além disso, há uma articulação para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de investigar as relações entre o magistrado e o Banco Master.



