O funcionamento das universidades federais brasileiras enfrentará novos desafios financeiros em 2026. Em votação concluída na última sexta-feira (19) e detalhada nesta terça (23), o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) com uma redução significativa nos recursos destinados às 69 instituições federais de ensino superior do país.
Ao todo, foram subtraídos R$ 488 milhões da verba inicialmente prevista para o setor. O montante, que antes era projetado em R$ 6,89 bilhões, caiu para aproximadamente R$ 6,43 bilhões.
Impacto direto no cotidiano acadêmico
O corte atinge especificamente os chamados recursos discricionários, que são as despesas não obrigatórias. Embora não afetem os salários, esses valores são essenciais para o “dia a dia” das instituições, financiando:
- Contas de energia elétrica e água;
- Serviços de segurança e limpeza;
- Bolsas acadêmicas e auxílio a estudantes;
- Insumos para laboratórios e projetos de pesquisa;
- Compra de equipamentos e manutenção de infraestrutura.
A diminuição de 7,05% no orçamento discricionário agrava uma crise que já vinha sendo denunciada por reitores ao longo dos últimos anos.
Reações e o contraste com as emendas
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou forte preocupação com o resultado da votação. Em nota, a entidade classificou a situação como um “quadro crítico” que pode inviabilizar projetos de pesquisa e a assistência estudantil.
O corte na educação ocorre em um contexto de expansão de gastos em outras áreas do Legislativo. Enquanto as universidades perdem recursos, o orçamento de 2026 reservou o valor recorde de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares, um aumento de 20% em comparação ao ano anterior.
Outros setores afetados
Além das universidades, o orçamento aprovado impôs reduções em áreas correlatas, como:
- Institutos Federais (IFs): Corte de R$ 61 milhões.
- Assistência Estudantil: Perda de R$ 98 milhões nas federais e R$ 39 milhões nos IFs.
- Ciência e Tecnologia: Reduções nas bolsas da Capes (R$ 230 milhões) e do CNPq (R$ 86 milhões).
O texto agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem o poder de vetar ou manter as alterações feitas pelos parlamentares.
Aprovação do Orçamento de 2026 pelo Congresso
Este vídeo apresenta a cobertura da sessão do Congresso Nacional onde foram definidos os valores e cortes orçamentários para o ano de 2026, incluindo a destinação de verbas para educação e emendas parlamentares.



