Chegou ao fim a fuga de Jeverson Olmiro Lopes Goulart, o policial militar da reserva condenado pelo assassinato e abuso sexual de seu sobrinho, Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos. O ex-tenente da Brigada Militar foi preso nesta terça-feira, 23 de dezembro, na cidade de Angra dos Reis (RJ), em uma operação coordenada pela polícia, a informação foi confirmada pelo Advogado de Cátia, Marcos Vinícius Barrios.
A Captura e o Período de Fuga
Desde o final de outubro, quando foi sentenciado a 46 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri de Porto Alegre, Jeverson era considerado foragido. Embora tenha acompanhado o julgamento por videoconferência diretamente do Rio de Janeiro, ele não se apresentou às autoridades para o cumprimento imediato da pena determinado pela juíza Anna Alice da Rosa Schuh.
A condição de foragido foi oficializada em novembro, após tentativas frustradas de localização nos endereços informados pela defesa. A prisão em Angra dos Reis encerra uma busca de quase dois meses e traz um novo desfecho para um caso que tramita na Justiça há nove anos.
Relembre o Crime
O crime ocorreu em 30 de novembro de 2016, na zona sul de Porto Alegre. Andrei foi encontrado morto em sua cama com um tiro na testa. Na época, a investigação inicial da Polícia Civil sugeriu que o caso poderia ter sido um suicídio ou um acidente com a arma do tio, que estava hospedado na residência da família.
No entanto, a persistência de Cátia Goulart, mãe da vítima e irmã do condenado, foi fundamental para a reabertura do inquérito em 2020. Novas provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) revelaram que o menino havia sido estuprado pelo tio e que o assassinato foi cometido como uma forma de “queima de arquivo”, para evitar que o abuso fosse descoberto.
Condenação e Próximos Passos
Durante o julgamento, a acusação sustentou que Jeverson utilizou sua experiência na polícia para tentar manipular a cena do crime e forjar o suicídio do sobrinho. Ele foi condenado pelos crimes de:
- Homicídio duplamente qualificado (cometido para assegurar a ocultação de outro crime);
- Estupro de vulnerável.
Com a prisão efetuada hoje em solo fluminense, o ex-policial deverá ser transferido para o sistema prisional do Rio Grande do Sul, onde iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. A defesa do réu ainda tenta recursos em instâncias superiores, alegando a presunção de inocência até o trânsito em julgado.



