Isolamento social no Brasil cresce pela primeira vez em seis meses, apontam operadoras
Foto: Maria Ana Krack/PMPA

Isolamento social no Brasil cresce pela primeira vez em seis meses, apontam operadoras

Apurada a partir de dados coletados desde fevereiro, a taxa de isolamento atingiu 47,1% no mês passado, pior nível da série

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O índice de isolamento social da população brasileira voltou a subir em novembro, depois de registrar o nível mais baixo de toda a série no mês de outubro, apontam dados do Mapa de Calor, plataforma digital criada pelas operadoras de telecomunicações durante a pandemia da Covid-19.

“Isso aponta que as pessoas podem estar preocupadas com uma possível segunda onda do novo coronavírus”, afirmou o presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, entidade que reúne as maiores operadoras do País.

Apurada a partir de dados coletados desde fevereiro, antes da declaração oficial de pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a taxa de isolamento atingiu 47,1% no mês passado, pior nível da série, e subiu para 47,7% em novembro.

De acordo com Ferrari, em fevereiro, na média nacional, o índice de isolamento estava em 37%. Esse nível serviu como referência para apurar a evolução do isolamento ao longo dos meses seguintes. Em março, ele subiu para 42,8%, e o melhor resultado foi apurado em abril, de 52,4%.

Desde então, houve recuo em todos os meses seguintes: 52,1% em maio; 50,4% em junho; 49,1% em julho; 48,5% em agosto; 47,8% em setembro; e 47,1% em outubro. Em novembro, ele subiu pela primeira vez em seis meses, para 47,7%.

Os dados mostram que, mesmo sem quarentena, 30% da população permanece em casa ou se locomove pouco diariamente – suficiente para que o celular permaneça conectado a uma única antena ao longo do dia.

Outros 30% são trabalhadores de serviços essenciais e não ficam em casa em hipótese alguma. O sucesso do isolamento, portanto, deve ser medido entre os 40% restantes. Quanto mais próximo de 70%, maior o índice de isolamento do município, Estado ou País.

“Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento, podemos dizer que a normalidade não voltou e que as pessoas continuam a se preservar de forma espontânea”, explicou Ferrari.

A ferramenta entrou no ar em 22 de abril e ficará disponível até 31 de dezembro para todos os Estados, capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. Ao todo, 17 Estados e 22 municípios aderiram à plataforma, o que permitiu cobertura de 90% da população brasileira. A Conexis informou que ainda não há decisão sobre a manutenção da plataforma em funcionamento em 2021. Isso vai depender da demanda das autoridades.

O objetivo do Mapa de Calor é auxiliar os governantes a definir suas políticas públicas de combate ao novo coronavírus. Cada governador que aderiu teve acesso aos dados de todo o Estado, enquanto os prefeitos obtiveram informações apenas do seu próprio município.

Para ter acesso à plataforma, os governantes assinaram acordo de cooperação técnica com as operadoras, receberam apenas cinco chaves de acesso e concordaram com os termos de responsabilidade e confidencialidade. Não é possível baixar os dados. Somente autoridades com e-mail “.gov” podem fazer o cadastro.

O sistema é integrado pelas quatro maiores operadoras do País e contou com parceria das empresas Hugtak, Imagem/Esri, e Microsoft, que ofereceram estatísticas, mapas interativos, painéis virtuais e espaço na nuvem de forma gratuita.

Mais de 1,3 milhão de índices foram gerados a partir de 106 mil antenas de celular. Os dados são estatísticos, não individuais, e são captados em uma camada superior à de dados pessoais, em respeito aos dispositivos da Lei Geral de Proteção de Dados.

Os dados do Mapa de Calor mostram o porcentual de linhas conectadas em cada antena, ao longo do dia e não identificam nome do usuário, número do telefone ou operadora. Além disso, são fornecidos com um dia de defasagem, e não em tempo real.

As manchas de calor se alteram conforme o deslocamento de aglomerações. A movimentação de uma única pessoa não afeta o indicador. Também é possível verificar os indicadores de aglomeração em áreas de até quatro quilômetros quadrados, como zonas específicas e bairros – o Aeroporto de Guarulhos e o Parque do Ibirapuera, por exemplo. (O Sul)

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