Catraca Livre – A jovem Tayane Caldas, que teve o rosto tatuado à força pelo ex-namorado, iniciou o processo para retirada da tatuagem do nome do ex do seu rosto.
O caso ganhou repercussão em todo o país e um usuário do Twitter se sensibilizou com a história e financiou o tratamento para retirada da tatuagem no rosto e das áreas íntimas da jovem.
“Uma sensação de alívio, de felicidade. De sentir o recomeço, de me sentir livre“, disse Tayane Caldas, ao G1, após a primeira sessão para a remoção da tatuagem no rosto.
A primeira sessão foi feita nesta quarta-feira e nela o nome do namorado começa a ficar menos aparente. Nas próximas semanas ela deve fazer dezenas de sessões do tratamento à lazer para retirar as letras do rosto completamente.
O ex-namorado de Tayane, Gabriel Coelho, segue preso e a Polícia Civil investiga o caso.
O agressor, com cerca de 20 anos, foi preso por descumprir medida protetiva expedida contra ele. A moça também foi agredida quando tentou fugir e foi amarrada.
“Ela me disse que estava pedindo socorro quando ele estava amarrando ela. Ela me disse ‘mãe, ou eu parava de gritar e deixava ele fazer a tatuagem ou ele ia me matar lá dentro’”, disse mãe ao G1.
Antes do término, o relacionamento dos dois já era instável.
“Ontem ela saiu para ir para o curso e 22h ela ainda não tinha voltado. Fiz um boletim de ocorrência pelo site da polícia e hoje cedo fui até a rua dele e vi minha filha no carro com ele.”
“Chegando em casa, quando entrei, me deparei com a tatuagem com o nome dele no rosto dela e ela tentando tampar com a maquiagem. Ela só repetia que iria trabalhar.”
A agressão foi registrado no plantão da polícia Civil, mas será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Taubaté.
Como denunciar violência doméstica
Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.
Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.
Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.
Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.
Delegacia da Mulher
Um levantamento feito pelo portal Gênero e Número, mostra que existem apenas 21 delegacias especializadas no atendimento às mulheres com funcionamento 24 horas em todo o país. Dessas, só São Paulo e Rio de Janeiro possuem delegacias fora das capitais.



