O Cidade Alerta acompanha o caso de Lucas, de 29 anos, que ficou popularmente conhecido como “menino da jaula”, por estar há três anos em cárcere dentro da sua própria casa por sua vontade, em Assis, interior de São Paulo.
A equipe de jornalismo da Record TV foi até o local oferecer ajuda e tratamento com o diretor de uma clínica psiquiátrica Alexandre Castanheira e o médico Fabio Roberto Pinheiro.
O rapaz vive em condições insalubres em sua residência já faz três anos e não tem intenção de sair. Ele relata ter histórico de uso de drogas, mas afirma que conseguiu parar com o vício sozinho.
O diretor de uma clínica de reabilitação, Alexandre Castanheira, tentou convencer o jovem a aceitar o tratamento: “É uma casa de amigos em que você vai ser tratado com muito amor e carinho. Vamos cuidar da parte física, mental e espiritual. Sua pele vai melhorar e o cabelo crescer”, porém, Lucas resistiu: “Não quero sair daqui”.
O médico psiquiatra Fabio Roberto Pinheiro que também esteve no local observou que as condições nutricionais do jovem estão muito ruins. “Está com medo de tudo, acho que adoeceu psicologicamente”. O diretor da clínica compartilha da mesma opinião: “É um surto psicótico. A parte consciente dele não está normal”, disse.
A equipe da Record TV também acompanhou o caso de Anderson Alvarenga, que foi encontrado embaixo de um viaduto em Jundiaí (SP), mas aceitou o tratamento e conseguiu mudar de vida. Atualmente, ele aconselha Lucas a fazer o mesmo e ter a oportunidade de mudança: “Eu passei nove anos na rua. Não foi nada fácil. Muitas vezes, a gente queria sair da vida que estava, mas sem ajuda não conseguimos”, comenta.
Em conversa com o rapaz, o ex-morador de rua fala: “Eu entendo hoje o que você passa, porque um dia eu estive numa situação igual. Eu morei na rua, perdi emprego, vida financeira, família e meus filhos, e me submeti a um tratamento”. Porém, nenhuma das intervenções mudam a opinião do menino da jaula
Lucas solicitou uma conversa com Alexandre para entender melhor as suas opções, mas mesmo assim não aceitou a proposta de tratamento e reabilitação: “Eu quero ficar quietinho aqui”.
Vizinhos montaram uma força-tarefa para limpar a casa do Lucas, mas ele não queria que nenhum dos móveis estragados fossem jogados fora, pois pertenciam ao seu pai. Mesmo assim foi feita a higienização externa e interna, para que ficasse mais habitável e os riscos de ele desenvolver alguma doença mais grave fossem reduzidos
Ao longo da reportagem, o aprisionado decidiu que iria até uma Unidade Saúde para receber atendimento médico, dando um sinal de esperança para a família. O rapaz agora está tomando corretamente seus remédios, mas ainda não pretende deixar o local
O psiquiatra emitiu um laudo de internação em caráter de urgência. O documento aponta que ele sofre de transtornos psicóticos agudos e transitórios e corre risco de morte. Esse pedido vai ser apresentado à Justiça, que irá decidir se o rapaz será mesmo internado.
Fonte: R7



