A jornalista Alana Rocha, repórter e apresentadora da Rádio Gazeta FM em Riachão do Jacuípe, Bahia, relatou ter sofrido um ataque enquanto participava de um programa na emissora. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela mostrou que seu carro foi apedrejado, com pelo menos duas grandes pedras atingindo o automóvel e provocando a destruição de janelas e para-brisas. Alana suspeita que o ataque possa ter sido uma retaliação por um comentário que ela fez na rádio, criticando a suspensão de expediente da Câmara de Vereadores por causa do falecimento do avô de um vereador.
Não é a primeira vez que Alana sofreu ataques. Como mulher trans, ela já foi vítima de outros casos de ameaça e transfobia. Em fevereiro de 2023, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou nota de repúdio aos ataques sofridos pela jornalista. Em 2021, a Abraji também registrou um caso de perseguição contra Alana, no qual um motociclista passou ao lado do carro em que ela estava e fez ofensas transfóbicas, além de criticar o modo como ela desenvolve seu trabalho.
A Gazeta FM divulgou uma nota de repúdio ao ataque mais recente e afirmou estar acompanhando a apuração do caso junto aos órgãos competentes, dando apoio à jornalista que faz parte do quadro de apresentadores da emissora. A nota ressaltou que o jornalismo profissional é imprescindível para o funcionamento de qualquer regime democrático e que a liberdade de imprensa e de expressão nunca foi tão desrespeitada. A Gazeta FM destacou ainda que atos violentos como esse são um exemplo claro disso, mas que a missão da emissora é maior e que continuará seu trabalho em prol da informação de qualidade e do exercício pleno da democracia.
Veja o vídeo:
ABSURDO!
O carro da jornalista Alana Rocha, de Riachão do Jacuípe, foi apedrejado em frente a rádio que ela trabalha, Gazeta FM.
Alana ficou conhecida quando foi a primeira repórter transexual a trabalhar em programa policial de TV aberta no Brasil. pic.twitter.com/4KGCVkMaZj
— Rafael Velame (@rafaelvelame) April 13, 2023
