A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu aprovação para uma nova injeção que funciona como profilaxia pré-expositiva (PrEP) contra o HIV, vírus causador da Aids. O medicamento, chamado cabotegravir e produzido pela farmacêutica GSK, apresentou eficácia 69% maior do que os comprimidos diários atualmente utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) para a PrEP. No entanto, o medicamento ainda não está sendo comercializado ou oferecido na rede pública de saúde.
A PrEP é uma estratégia de prevenção destinada a grupos considerados de maior risco de exposição ao HIV, como homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e casais sorodiscordantes. Atualmente, o SUS disponibiliza a PrEP na forma de comprimidos diários compostos por dois retrovirais, tenofovir e emtricitabina. No entanto, muitas pessoas têm enfrentado dificuldades em aderir ao tratamento devido à necessidade de tomar os comprimidos diariamente, o que tem levado a uma redução na adesão ao protocolo.
A novidade da injeção cabotegravir reside na substituição dos comprimidos diários por aplicações bimestrais. O protocolo de tratamento envolve duas injeções mensais no início e, posteriormente, uma aplicação a cada dois meses. Essa mudança tem o potencial de facilitar a adesão ao tratamento, aumentando assim a eficácia na prevenção da infecção pelo HIV. Vale ressaltar que a injeção cabotegravir não é uma vacina contra o HIV, mas sim um medicamento que bloqueia os caminhos de infecção do vírus.
Embora a Anvisa tenha concedido o registro para o cabotegravir, sua comercialização na rede privada ainda não foi anunciada pela fabricante. Além disso, a inclusão e implementação do medicamento junto aos oferecidos pelo SUS serão avaliadas pelo Ministério da Saúde. No entanto, no ano passado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou um projeto piloto em parceria com a Unitaid, agência global de saúde vinculada à OMS, visando a introdução da PrEP injetável no Brasil. O país enfrenta um aumento nos casos de infecção por HIV nos últimos dez anos, mas registra uma queda nos casos de Aids devido ao sucesso da terapia antirretroviral (TARV). Estima-se que um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil.
Com a informação Agência Brasil.
