O caso envolvendo a explosão de fogos de artifício no Réveillon em Navegantes (SC) deixou mais uma vítima no mesmo prédio. A estudante de medicina veterinária, Júlia Navarro, de 22 anos, foi atingida no braço por uma fagulha do equipamento pirotécnico. Ela mora no andar abaixo do que Bianca Miranda, a vítima que aparece no vídeo que circulou nas redes sociais, estava no momento da queima de fogos.
Em entrevista ao Porto Alegre 24 Horas, Júlia contou que havia subido para o apartamento para cuidar das cachorras de estimação, uma vez que elas ficam nervosas por causa do barulho dos fogos. No momento que começou o show, ela foi até a janela para assistir, quando um dos fogos estourou perto dela, voando um pedaço em seu braço. A estudante conta que, no primeiro momento, não entendeu o que havia acontecido e sequer havia sentido qualquer coisa. Porém, conforme os minutos foram passando, ela começou a sentir a dor do impacto e da queimadura.
“Na hora eu não fui para o hospital porque pensei que não tinha sido nada grave. Doía, mas era tolerável. Mas agora eu penso que poderia ter sido muito pior e confesso que fico remoendo isso“, contou em entrevista. Ela ainda revelou que tiveram outros danos materiais no prédio, como janelas trincadas.
Ainda de acordo com Júlia, seus pais afirmaram que a bateria de fogos foi colocada na areia da praia e acabou enfrentando problemas na hora da queima. Ainda segundo ela, o casal precisou desviar das fagulhas lançadas pelos equipamentos pirotécnicos que caíram e outras pessoas que estavam na beira da praia possivelmente se feriram. Eles testemunharam que ao menos uma mulher teve a perna queimada.
 
O advogado Diego Candido está representando tanto Bianca Miranda quanto Júlia Navarro no caso envolvendo o acidente dos fogos de artifício. Ele afirmou que todas as medidas judiciais estão sendo tomadas, inclusive com relação à Prefeitura Municipal de Navegantes. O advogado ainda destaca que, até o momento, as autoridades não prestaram qualquer tipo de auxílio, apesar das notas e notícias publicadas oficiais dizendo o contrário.
“Estamos acompanhando as investigações policiais (com perícia já realizada) e cobrando respostas do Órgão Municipal, principalmente a exibição do contrato firmado com a empresa responsável pela instalação dos fogos de artifício na noite de ano novo, a fim de definir as responsabilidades de forma individualizada e nas esferas competentes. As consequências verificadas até o presente momento envolvem danos morais, físicos, estéticos e patrimoniais.”, diz Candido.
O advogado ainda conta que o secretário de Saúde do município entrou em contato para “oferecer uma consulta enquanto médico”. Porém, os auxílios que a prefeitura afirmou estar oferecendo não foram entregues como os meios de comunicação oficiais deixam a entender. Candido afirmou que solicitou uma cópia do contrato com a empresa responsável pela queima de fogos, mas até o momento o documento não foi entregue.
A Procuradoria Geral do Município informou que instaurou um Procedimento Administrativo de Inexecução Contratual para aplicar as medidas de responsabilização cabíveis e também vai prestar assistência e orientações necessárias.
Reportagem: Gabriel Mattos
								
															


