Polícia apreende 40 quilos de “cocaína negra” em Manaus
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Foto: TV Globo/Reprodução

Polícia apreende 40 quilos de “cocaína negra” em Manaus

As investigações apontam que o carregamento veio do Peru e tinha como destino final a Austrália

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Uma operação do Departamento de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc) revelou, em Manaus (AM), um esquema sofisticado de armazenamento e distribuição de drogas que incluía cerca de 40 quilos de “cocaína negra” — uma versão quimicamente alterada do entorpecente que dificulta a detecção por cães farejadores e testes rápidos. A droga estava escondida dentro de fundos falsos de móveis e quadros em uma mansão de alto padrão no bairro Ponta Negra.

A residência, equipada com campo de futebol e heliporto, era considerada acima de qualquer suspeita, mas passou a ser monitorada após denúncias que indicavam seu uso como base logística do tráfico. Na primeira ação, realizada em 17 de outubro, os agentes localizaram 16 quilos de cocaína branca e apreenderam um caderno de anotações. Entre os registros, havia uma referência direta à existência de “40 quilos, 42 quilos dentro de cadeiras e quadros”.

Com base nesse indício, o Denarc retornou ao imóvel acompanhado de cães farejadores — que, no entanto, não conseguiram detectar o material. Diante da ausência de sinal dos animais, os policiais desmontaram manualmente diversos móveis até localizar compartimentos ocultos onde estava a substância escura.

Os testes preliminares de laboratório também falharam em identificar a droga. A confirmação só veio após exames detalhados. Segundo a perita Midori Hiraoka, traficantes adicionam carvão ativado e outros corantes, criando um composto que altera o cheiro e impede a reação química que costuma gerar a cor azul nos testes de detecção.

O delegado-geral Bruno Fraga afirmou que essa “engenharia criminosa” eleva o valor da substância, que pode ser vendida por até dez vezes mais do que a cocaína tradicional. As investigações apontam que o carregamento veio do Peru e tinha como destino final a Austrália.

A chamada rota do Solimões, que liga a tríplice fronteira de Brasil, Colômbia e Peru ao Amazonas, foi o caminho utilizado para trazer a droga. Esse trajeto — fortalecido nos anos 1990 durante a atuação de Fernandinho Beira-Mar — segue sob influência de facções como o Comando Vermelho, conforme indicam os investigadores.

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