Deputado Pimenta aciona MPF e cobra explicações sobre retirada de trilhos da malha ferroviária do RS
Pesquisar
Foto:

Deputado Pimenta aciona MPF e cobra explicações sobre retirada de trilhos da malha ferroviária do RS

Compartilhe esta notícia:

O deputado federal Paulo Pimenta protocolou, nesta segunda-feira (8), pedidos de informação ao Ministério dos Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de uma denúncia formal ao Ministério Público Federal (MPF), sobre o desmonte da malha ferroviária do Rio Grande do Sul e a retirada de trilhos pela concessionária Rumo.

A ação ocorre em um momento crítico para a infraestrutura ferroviária gaúcha. Desde a concessão à iniciativa privada em 1997, a rede do Estado encolheu 75%: de 3,8 mil quilômetros, restam apenas 921 em operação. Trilhos e componentes têm sido deslocados para Santa Catarina, situação que gerou alerta no MPF.

Recomendação ignorada

A Recomendação nº 03/2025 do MPF já determinava a suspensão imediata da retirada de materiais. O procurador da República Osmar Veronese, que acompanha o tema há mais de 20 anos, classificou o processo como uma “canibalização da rede”.

O que o deputado quer saber

Pimenta enviou questionamentos ao Ministério dos Transportes sobre:

conhecimento prévio sobre a retirada dos trilhos pela concessionária;

andamento do grupo de trabalho relacionado à renovação da Malha Sul;

inventário atualizado dos bens reversíveis e localização do material removido;

diretrizes enviadas à ANTT sobre guarda e conservação dos ativos.

À ANTT, o parlamentar pede:

resposta e providências adotadas após a recomendação do MPF;

cópia de eventuais autorizações para retirada dos trilhos;

relatório detalhado dos remanejamentos, com origem e destino;

avaliação técnica sobre a proposta de investimentos de R$ 2,5 bilhões anunciada pela Rumo.

Rede sucateada e impacto econômico

A velocidade média dos trens no RS caiu para 21 km/h, a quarta mais lenta do país. Há mais de 700 vagões enferrujando em pátios de Canoas e Passo Fundo. Após a enchente de 2024, o transporte ferroviário de combustíveis deixou de existir.

Versões contraditórias

Documentos mostram divergência entre governo federal e ANTT. Um ofício da agência autorizava o envio dos trilhos para outros Estados; já o secretário Nacional de Transportes Ferroviários afirmou que a autorização era apenas para movimentação interna no RS. A ANTT alegou autorização “temporária e pontual”, mas a Rumo concluiu a retirada antes do fim dos trabalhos do Ministério.

Pimenta defende transparência

“Esta solicitação se dá com espírito colaborativo, no legítimo exercício do controle parlamentar, visando fortalecer a transparência pública em tema de alta relevância institucional”, declarou o deputado.

O parlamentar destaca ainda que é fundamental garantir o correto acompanhamento dos bens reversíveis, já que o atual contrato de concessão termina em fevereiro de 2027 e o governo federal planeja novos leilões ferroviários em 2026.

Leia mais

📢 Cobertura do Porto Alegre 24 Horas

Quer acompanhar as principais notícias do Brasil e do mundo em tempo real? Conecte-se ao Porto Alegre 24 Horas nas redes sociais:

📰 Siga também no Google News para receber nossos destaques direto no seu feed.