Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria feito ao menos seis ligações em um único dia ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar do andamento da operação de compra do Banco Master. Segundo o jornal, além desses contatos telefônicos, os dois teriam conversado em pelo menos outras quatro ocasiões sobre o tema, incluindo um encontro presencial. As informações foram obtidas junto a fontes do meio jurídico e do mercado financeiro que relataram o teor das conversas.
O caso ganhou repercussão após o jornal O Globo noticiar, no início da semana, que Moraes teria procurado Galípolo para interceder em favor do Banco Master. Nesta terça-feira (23), o ministro se manifestou publicamente pela primeira vez, divulgando uma nota em que afirmou que a reunião com o presidente do Banco Central teve como objetivo discutir as consequências da aplicação da Lei Magnitsky contra ele, sem mencionar o Banco Master. Em seguida, o Banco Central confirmou que houve encontros com Moraes para tratar desse tema específico.
Horas depois, no entanto, Alexandre de Moraes divulgou um novo comunicado afirmando que “inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”. O episódio ocorre em meio a um contexto delicado envolvendo o Banco Master: em setembro, o Banco Central vetou a compra da instituição pelo BRB, apontando falta de comprovação de viabilidade econômico-financeira, e, dois meses depois, o proprietário do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal, sendo investigado por fraudes contra o sistema financeiro. O Globo também informou que o escritório de advocacia da esposa de Moraes mantinha um contrato milionário com o Banco Master.



