Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido nacionalmente como Marcelo VIPs, morreu nesta terça-feira (9), em Curitiba, aos 49 anos, em decorrência de complicações causadas por cirrose. Natural de Maringá, no Norte do Paraná, ele ficou marcado como um dos estelionatários mais conhecidos do país pela ousadia e pela complexidade dos golpes que aplicou ao longo de décadas.
A notoriedade nacional veio em 2001, quando Marcelo se passou pelo empresário Henrique Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas, durante uma festa de Carnaval no Recife. Na ocasião, chegou até a conceder entrevistas à imprensa antes de ser desmascarado pela Polícia Federal. Já em 2003, enquanto cumpria pena no Rio de Janeiro, voltou ao noticiário ao assumir identidades de líderes do PCC e do Comando Vermelho durante uma rebelião em Bangu.
Ao longo da vida, Marcelo também se fez passar por músicos e diversas figuras públicas, alimentando a imagem de golpista habilidoso e imprevisível.
Sua trajetória virou cinema em 2011, no filme “VIPs”, dirigido por Toniko Melo e estrelado por Wagner Moura. O longa foi premiado e chegou a ser cotado para representar o Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2012.
A morte do ex-estelionatário gerou manifestações de pesar de pessoas próximas. O advogado e amigo Roberto Bona Junior publicou uma homenagem destacando o lado pouco conhecido de Marcelo: o de alguém que, após cumprir pena, tentou reconstruir a própria história. Ele se aproximou do meio artístico e atuou na produção de shows de nomes como Alcione, Zé Ramalho e Jota Quest.
Bona também relatou episódios em que Marcelo teria ajudado terceiros, incluindo um alerta às autoridades que impediu que um preso sofresse riscos em uma unidade prisional.



