Mulheres de várias regiões do Brasil irão ocupar as ruas neste domingo (7) em atos contra o feminicídio e todas as formas de violência que ameaçam a vida, a liberdade e a segurança das brasileiras. As manifestações, organizadas por coletivos, movimentos sociais e entidades feministas, têm como propósito romper o silêncio, cobrar justiça e reforçar que a sociedade não aceita mais a impunidade diante desses crimes.
O lema que unifica os protestos é direto: “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas.”
Manifestações pelo país neste domingo
- São Paulo (SP): 14h, vão do Masp
- Curitiba (PR): 10h, Praça João Cândido (Largo da Ordem)
- Campo Grande (MS): 13h (horário local), Av. Afonso Pena (em frente ao Aquário do Pantanal)
- Manaus (AM): 17h, Largo São Sebastião
- Rio de Janeiro (RJ): 12h, Posto 5 – Copacabana
- Belo Horizonte (MG): 11h, Praça Raul Soares
- Brasília (DF) e Entorno: 10h, Feira da Torre de TV
- São Luís (MA): 9h, Praça da Igreja do Carmo (Feirinha)
- Teresina (PI): 17h, Praça Pedro II
A mobilização nacional ganhou força após uma série de feminicídios recentes que chocaram o país.
Porto Alegre antecipou os atos com grande manifestação

Já em Porto Alegre, mulheres tomaram as ruas no sábado (6) durante uma grande manifestação que integrou a programação do Festival Mulheres em Lutas Rio Grande do Sul (MEL-RS). Desde sexta-feira (5/12), o evento transformou a capital gaúcha no epicentro do debate feminista no estado, reunindo política, cultura e mobilização social.
O festival colocou em pauta temas urgentes do país, como a escalada de violência e discursos de ódio dirigidos às mulheres nas redes sociais, fenômeno que, segundo organizadoras, ecoa diretamente nos feminicídios e tentativas de feminicídio registrados nos últimos meses.
Casos recentes que impulsionaram os protestos
Na sexta-feira (5), o corpo da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, foi encontrado carbonizado em Brasília. O caso é tratado como feminicídio após o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessar o assassinato. Ele está preso no Batalhão da Polícia do Exército.
No fim de novembro, Tainara Souza Santos sofreu mutilações nas pernas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro. O motorista, Douglas Alves da Silva, está detido por tentativa de feminicídio.
Na mesma semana, duas servidoras do Cefet-RJ foram assassinadas a tiros por um funcionário da instituição, que cometeu suicídio em seguida.
Retrato da violência de gênero no Brasil
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de mulheres foram vítimas de violência doméstica no último ano.
Em 2024, o Brasil registrou 1.459 feminicídios — média de quatro mulheres assassinadas por dia em razão do gênero.
Em 2025, o país já contabiliza mais de 1.180 feminicídios e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, conforme dados do Ministério das Mulheres.
Apelo por mudança
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu um grande movimento nacional contra a violência de gênero. Ele cobrou a participação ativa dos homens na transformação da cultura machista que sustenta esses crimes e pediu mobilização para mudar a realidade que mata mulheres todos os dias.



