Os funcionários da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada em Canoas (RS), entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (15), em alinhamento com a mobilização nacional dos petroleiros que ocorre em todo o Brasil. A decisão foi tomada após ampla votação em assembleias promovidas pelo Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), que registrou 95,4% de aprovação dos trabalhadores presentes.
Motivações e reivindicações
A paralisação foi desencadeada diante do impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) entre os sindicatos e a Petrobras. Os trabalhadores argumentam que as propostas apresentadas pela empresa não contemplam de forma adequada as demandas da categoria. Entre os principais pontos de reivindicação estão a busca por um ACT mais justo, a suspensão dos planos de equacionamento de déficit da Petros (PEDs), que afetam aposentados e pensionistas, e a defesa da chamada pauta do Brasil Soberano, que engloba a manutenção e fortalecimento da Petrobras como empresa pública, além do fim de desimplantes forçados e demissões no setor de Exploração e Produção (E&P).
As lideranças sindicais ressaltam que a greve é uma forma de pressionar por avanços concretos, após tentativas de negociação consideradas infrutíferas. A presidenta do Sindipetro-RS destacou o esforço prévio para diálogo com a gestão da Petrobras, mas afirmou que a mobilização se tornou necessária frente à falta de progresso nas conversas.
Organização e adesão
No Rio Grande do Sul, a paralisação na Refap está programada para começar efetivamente no dia 16 de dezembro, com outras bases do setor, como as unidades da Transpetro (TENIT, TEDUT e TERIG), iniciando a greve a partir do dia 17 de dezembro. Os sindicatos informaram à Petrobras que serão mantidos serviços essenciais para garantir o abastecimento da população, conforme determina a legislação trabalhista referente a greves.
A mobilização gaúcha integra um movimento maior: os 14 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) seguem em paralisação em diferentes estados brasileiros, acompanhados inclusive por aposentados que estão em vigília em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro desde o dia 11 de dezembro.
Impactos e perspectivas
Até o momento, a greve deve afetar as operações em diversas regiões e unidades do Sistema Petrobras, embora a empresa e as lideranças sindicais mantenham o compromisso de assegurar atividades mínimas para preservar a segurança e o abastecimento de produtos essenciais. As negociações continuam sob forte pressão, com os trabalhadores reafirmando que só irão encerrar a paralisação mediante respostas concretas às suas demandas.



