Um estudo publicado na revista Environmental Science & Technology revelou que tábuas de corte plásticas podem ser uma fonte significativa de microplásticos na alimentação humana. Conduzida por pesquisadores da Universidade Estadual de Dakota do Norte, a pesquisa simulou o uso diário desses utensílios e descobriu que, dependendo do material, força aplicada e estilo de corte, tábuas feitas de polietileno ou polipropileno podem liberar entre 14 e 79 milhões de partículas plásticas por ano — o equivalente, em massa, a até 50,7 gramas, ou cerca de 10 cartões de crédito.
Os testes foram feitos com cinco voluntários cortando cenouras, totalizando até 128 mil cortes por ano por simulação. Apesar da alta quantidade de partículas liberadas, os pesquisadores não identificaram efeitos tóxicos imediatos em células de ratos, mas alertam que os riscos da ingestão contínua ainda precisam ser investigados. O estudo também observou que tábuas de madeira podem soltar partículas, mas em menor quantidade e com menor impacto conhecido até o momento.
Diante dos achados, os cientistas recomendam o uso de materiais alternativos, como vidro, para reduzir o risco de contaminação por microplásticos. Eles reforçam que o estudo traz à tona um ponto pouco explorado: a exposição constante a partículas invisíveis durante a preparação de alimentos no dia a dia, que pode ter implicações importantes para a saúde a longo prazo.



