Depoimentos na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa trouxeram à tona relatos de candidatas que afirmam ter enfrentado condições irregulares no Teste de Aptidão Física (TAF) do concurso do Corpo de Bombeiros Militar. Ane Goularte Schmidt e Vitória Ligório reforçaram denúncias previamente somadas a outras 300 registradas junto ao mandato da deputada Luciana Genro (PSOL).
Entre as queixas estão falta de padronização dos bonecos usados no teste, divergência entre a posição anunciada no edital e a aplicada na prova, demora de até mais de uma hora para inflar equipamentos em determinado turno, além de espera prolongada entre provas, piso inadequado e interferência de pessoas não isoladas na área de teste, circunstâncias que, segundo as candidatas, comprometeram a isonomia.
Os dados oficiais do certame mostram diferença expressiva nos resultados por gênero: 75,14% das mulheres foram eliminadas no TAF, contra 40,39% dos homens. Do total de 2.280 convocados, 1.236 foram considerados aptos. A deputada Genro afirmou que os ajustes feitos ao longo do dia indicam falta de preparo da banca aplicadora e pediu à Comissão que reforce a investigação já encaminhada ao Ministério Público.
Além do pedido de investigação, a deputada encaminhou ofício ao comandante‑geral do Corpo de Bombeiros solicitando informações sobre os procedimentos de fiscalização, a padronização dos equipamentos, a metragem real do percurso e medidas adotadas. As candidatas aguardam respostas e análise das reclamações administrativas e judiciais cabíveis.
ALRS.



