Se você é um daqueles fãs antigos de RPG, que coleciona dados e tudo mais!
Já vou avisar, que este filme não é para você!
Para os fãs de fantasia, que gostaram de adaptações como Senhor dos Anéis e outras franquias como Game of Thrones, o mesmo não se pode dizer de D&D, que ganhou um filme lastimável nos anos 2000 com Jeremy Irons. De lá pra cá, a franquia ficou no ostracismo, mas agora volta com um longa que abraça o estilo aventuresco e juvenil da marca para entregar finalmente um produto audiovisual digno nas telas de cinema.
O filme, conta a história de um grupo levemente desorganizado, que inadvertidamente recupera um artefato poderoso para um ser das trevas e deve encontrar uma maneira de impedi-lo de liberar o mal sobre o mundo.
A história, que mostra o bardo de Chris Pine se juntando a um mago, uma druida e uma bárbara em busca de um artefato para salvar a filha, é uma simples campanha de RPG. As missões paralelas estão ali, as decisões em grupo, planos secundários e até as batalhas em turno, que de longe são o momento que mais lembram o jogo de tabuleiro.
Ao lado de Chris Pine o elenco conta com Michelle Rodriguez, Regé-Jean Page, Justice Smith, Sophia Lillis e Hugh Grant.
Antes de um complexo mundo mágico é uma aventura para família, cheia de monstros, cenários coloridos, criaturas mitológicas e uma turma de heróis e vilões.
A fotografia do filme, conta muito com planos abertos e grandeza em seus cenários, principalmente em momentos de jornada e batalha. Lembrando muito filmes como Senhor dos Anéis e outros.
Ainda que o primeiro ato e a dramatização final sejam um escorregão em um roteiro que acertadamente opta por apresentar o mundo através de seus personagens, a aventura surpreende pela competência com que entrega coreografias de ação mescladas com uma química de elenco notável.
Pine e Smith roubam a cena, mas têm grande ajuda de Hugh Grant e Rege-Jean Page. O filme conta com uma participação, mais que especial e surpreendente, dos últimos tempos e certamente arrancará algumas gargalhadas da audiência.
Em um momento do cinema que a apresentação de universos soa cada vez mais genérica, Dungeons & Dragons comete a façanha, de mesmo adaptando o mais conhecido universo de Fantasia, ser divertido a ponto de criar personagens cativantes e sequências de ação razoáveis, melhores que muita superprodução por aí.
Sem a necessidade de algo tão sombrio, sangrento ou obrigatoriamente expandido, a dupla Jonathan Goldstein e John Francis Daley, do elogiado “Noite de Jogo”, responsáveis pela direção e roteiro, faz uma boa sessão de cinema para um domingo em família.
E como não poderia faltar temos aquela cena bônus para aquecer nosso coração, aquele grupo que mesmo não sendo fã de RPG, você os reconhece dos desenhos da TV, sim eles mesmos os garotos e garotas perdidos de “Caverna do Dragão” título original no Brasil.
Uma coisa é certa, diversão para todas idades e garantia de ótimas risadas.
Agora basta conferir nos cinemas mais próximos.
Crítica – Rafa Gomes



