O Porto Alegre 24h conferiu o retorno de Tom Cruise revisitando seu personagem Ethan Hunt provando o porquê Missão: Impossível é uma das franquias de maior sucesso dos cinemas.
Neste longa acompanhamos nosso Herói, se colocando na linha de frente contra os abusos de uso da inteligência artificial.
O longa, evita ser mais um filme de espionagem genérico, não só pela discussão que gera, mas também por fugir das repetidas histórias sobre desativar bombas atômicas ou armas químicas.
Ethan Hunt de frente para um perigo tão assustadoramente atual que faz a mera ação de pular de um penhasco em uma motocicleta parecer brincadeira de criança.
Este é um filme sobre propósito, que evidencia o quanto uma pessoa pode se transformar de forma poderosa quando encontra o seu.
Como Ethan (Tom Cruise) já tem o seu propósito muito bem estabelecido nos seis filmes anteriores, o roteiro inteligentemente nos leva em uma viagem até a origem do agente, para poder desenvolver a jornada de Grace.
Funcionando quase como um reflexo do protagonista, a personagem de Hayley Atwell é definitivamente o coração da trama. É nela que o filme se escora na sua própria busca pelo propósito.
Para não dizer que o desenvolvimento da personagem de Grace é perfeito, existe uma tentativa de estabelecer um romance, que de certa forma até funciona, mas de modo atropelado. Provavelmente, algumas pessoas vão ter dificuldade de acreditar.
Os outros coadjuvantes não tiveram a mesma sorte de Atwell, como já é comum na franquia, que desde sempre tende a se concentrar em desenvolvimento apenas no personagem de Tom Cruise. Apesar de isso ser comum, é realmente uma pena que o roteiro não tenha trabalhado tão bem com Pom Klementieff.
Com um visual incrível e uma atuação impressionante, Klementieff é um dos destaques do filme devido ao conceito apresentado para sua personagem. Na melhor das intenções o diretor Christopher McQuarrie, tenta reconhecer o trabalho da atriz, dando a ela um papel relevante no ato final. Infelizmente, tal qual o romance de Grace, a jornada da “ninja” Paris acaba ficando atropelada.
O filme tem seu primeiro ato um pouco arrastado, demorando alguns minutos para pegar no tranco, por conta de alguns problemas claros de montagem.
Como já visto em materiais promocionais, a trama gira em torno da busca por uma chave, que ninguém além dos vilões, sabem o que abre, exceto o público, que assiste o ‘item’ sendo usado na sequência de abertura. Ao manter isso no filme, McQuarrie prejudica um pouco o climax de mistério que o roteiro tenta criar em volta de seu grande segredo.
Se o diretor derrapa no desenvolvimento de coadjuvantes e na montagem, o mesmo não pode ser dito para o trabalho nas cenas de ação. Contando com a colaboração de Eddie Hamilton (Top Gun: Maverick), McQuarrie entrega algumas das sequências mais tensas e imersivas da franquia, com destaque para a do trem, que é impressionante desde o primeiro frame exibido.
Mas definitivamente o longa consegue encontrar e manter um ritmo alucinante, que mescla muito bem os momentos drama, ação e comédia.
Aliás, é importante destacar que de todos os filmes que saíram como Parte 1 este ano, este definitivamente é o que melhor resolve o momento da divisão para a Parte 2, tendo três atos como a manda o regulamento.
Os destaques do filme ficam com o diretor de fotografia, Fraser Taggart (Dead Fish: Um Dia de Cão), e do designer de produção, Gary Freeman (Malévola), para ter êxito na tentativa de causar sentimentos específicos no público, como o temor de estar em queda livre em meio a montanhas, e a crise claustrofóbica de lutar em um corredor muitíssimo apertado.
Os visuais, os cenários, tudo está perfeito parar fazer o que a obra se propõe, que é gerar emoção.
Pensando no público, Tom faz questão não só de impressionar pelas cenas de ação espetaculares, mas também por contar uma boa história de forma pessoal, que somente sua entrega pode fazer, em meio a perseguições impressionantes, manobras arriscadas e coreografias deslumbrantes. Achando sua alma neste processo, a produção se coloca no patamar de uma das melhores ações do ano, sendo divertida e também, nos fazendo refletir.
Agora basta garantir seu ingresso e conferir.
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Crítica: Rafa Gomes.



