Crítica| Ghostbusters: Apocalipse de Gelo, por Rafa Gomes
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Crítica| Ghostbusters: Apocalipse de Gelo, por Rafa Gomes

“Depois de seu acerto com Mais Além, Caça-Fantasmas luta para justificar sua existência, novo, longa da, um passo para trás”

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O Porto Alegre 24 Horas conferiu a nova sequência dos maiores caçadores de fantasmas do cinema. Nesta continuação direta de Ghostbusters — Mais Além. O fato de o filme falhar a meu ver! Tem relação direto por uma frase dita lá pela metade de Ghostbusters: Apocalipse de Gelo, Winston (Ernie Hudson) fala para Stantz (Dan Aykroyd) que eles estão muito velhos para continuar se arriscando a caçar fantasmas. A clássica frase de filmes-de-veteranos é, infelizmente, um retrato do novo filme que leva o nome do grupo, quarenta anos depois do original.

Digo infelizmente porque o ótimo Ghostbusters — Mais Além, chegou em ótima hora depois da tentativa fracassada de fazer a versão feminina do longa, algo que  fracassa muito mais por ignorar a existência do clássico de 1984, com tudo “Mais Além” já havia feito uma excelente passagem de bastão dos antigos para o novo elenco, encabeçado pela sempre excelente McKeena Grace e o queridinho dos fãs de Stranger Things, Finn Wolfhard. Aliás, um dos grandes méritos do filme anterior é justamente entender que a vibe da série da Netflix estava em alta e transportar a história de Manhattan para o interior dos Estados Unidos. Junta-se a isso uma homenagem tocante ao falecido Harold Ramis, o carisma de Paul Rudd, a nostalgia na medida certa e pronto: a Sony conseguiu um produto tão divertido quanto o Caça-Fantasmas original de 1984.

Claro que o estúdio não deixaria uma das marcas mais famosas do cinema presa em uma cidadezinha de Oklahoma e já na cena pós-créditos de Mais Além, vemos o Ecto-1 cruzando uma das pontes de Manhattan, de volta ao seu icônico prédio de tijolinhos. A verdade é que, por mais que tenha mais efeitos especiais, mais gente no elenco e um escopo aparentemente maior, Apocalipse de Gelo nunca chega perto do filme anterior.

Mas nada, nada disso se compara ao personagem de Kumail Nanjiani. Com um sotaque irritante, ele entra na história para, ser uma força mística que vai roubar o espaço de quem mais importa na história; aqueles que dão nome ao filme. É uma das piores decisões de todos os cinco filmes da série.

Fato é que, os momentos que realmente salvam o filme são aqueles focados em Phoebe (Grace). Quando está nos holofotes, sua curiosidade da personagem pelo além e humor involuntário enchem a tela. Paul Rudd continua divertido interpretando Grooberson. Sua dinâmica com Carrie Coon é ótima. Patton Oswalt faz uma participação especial divertida, e os efeitos especiais são bacanas como sempre.

Falta ao diretor Gil Kenan, porém, enxergar além do óbvio, como fez Jason Reitman. Vemos o Ecto 1 passando pela mesma ponte algumas vezes e aquilo não significa nada se você não for um aficionado pelo carro. A piada dos mini bonecos de marshmallow é repetida a cada 15 minutos. Todo o dinheiro que a Sony investiu nessa continuação fica perdido em cenas que parecem filmadas em cenários minúsculos, blocadas com vários atores se apertando no mesmo quadro. São ao menos 13 personagens na trama principal e sem motivo nenhum.

Caça-Fantasmas já tentou se reinventar com o filme 2016, e acabou dando com os burros na água. Acertou novamente em 2021 ao reduzir o tamanho e apostar no talento do ótimo elenco e em cenas de ação pontuais e enxutas: a primeira caçada dos irmãos com o Ecto-1 é uma das melhores cenas de toda a franquia.

Agora, com Apocalipse de Gelo, volta ao patamar que estava antes dos dois últimos filmes: uma marca sem muito mais a acrescentar. Divertida, porém cansada e com passos curtos. Este, longa tinha obrigação de se focar mais no futuro já que estava claro que o passado já estava resolvido, sempre é válido ver o hoje trio clássico em tela, mas ficou claro no último que poderiam sim, aparecer mais como participações e não como protagonistas no embate final tornando a vida do pessoal de edição e montagem uma ginástica para encontrar espaço para tantas pessoas num mesmo espaço.

No geral filme não é um grande erro só falha em dar alguns passos para trás depois de já estar bem a frente no anterior. O longa-metragem não deixa de ser divertido e ter o seu carisma e quanto aos seus efeitos sempre valem a pena ver, em uma tela grande.O longa estreia dia 11 de abril nós cinemas brasileiros.
Se você é fã da franquia vale a pena conferir e tirar suas conclusões!

Crítica-Rafa Gomes.

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