O Porto Alegre 24 Horas foi prestigiar o quarto longa, de uma das maiores franquias desta década passada. A franquia Meu Malvado Favorito se tornou um fenômeno mundial. Com uma história divertida e interessante, o primeiro filme conquistou a molecada do planeta inteiro, mas não só eles. Os pais também se identificaram com as desventuras de Gru, um vilão atrapalhado que muda de lado ao adotar três garotinhas e compreender que não precisa da atenção que consegue com a vilania, contanto que seja amado por quem realmente importa.
Mais do que o Gru, seus capanguinhas amarelos e sádicos, os Minions, fizeram muito sucesso entre crianças e adultos pelo mundo, ganhando até franquia própria.
A saga de Gru prosseguiu, ele ganhou mais duas continuações, se apaixonou, casou, encontrou um irmão gêmeo perdido e se consolidou como o terror da vilania excêntrica desse universo. Porém, ainda que voltadas para o público infantil, as outras continuações ainda conseguiram manter uma coesão dentro de sua própria história, algo que se perdeu em Meu Malvado Favorito 4.
A trama supostamente acompanharia Gru (Leandro Hassum) lidando com a paternidade, mas de uma forma distinta. Isso porque ele acabou de ser pai de um bebezinho. Porém, esses desafios ficam em segundo plano porque um terrível vilão meio homem, meio barata, prometeu vingança após ser humilhado por Gru em diferentes fases da vida. Bem, ao menos é isso que o filme dá a entender que retratará nos primeiros minutos.
Infelizmente, o que se vê depois é uma sucessão de acontecimentos que não dialogam entre si como trama. Não são coesos. A abordagem do roteiro do filme se perde em sua falta de lógica, porém como seu público alvo acaba sempre sendo o infantil, acaba sendo simples para atender este público.
É uma pena porque eles poderiam ter realmente trabalhado uma história ali, mas preferiram abrir mão dela para focar na simplicidade, sendo que a própria franquia já provou que pode ser muito mais que oque foi apresentado.
Em meio a esse formato, os Minions são usados toda vez que precisam dar um respiro, a direção joga um curta dos Minions fazendo suas palhaçadas. E há algumas muito boas, como a do coitado que fica preso na máquina de guloseimas. E há também a principal “subtrama” dos amarelinhos super-heróis. Ela foi inserida ali exclusivamente para que o filme pudesse sacanear os momentos clássicos dos longas de heróis mais famosos do cinema.
A piada parece um pouco fora de hora, dada a baixa que os Supers estão vivendo, mas é uma graça que tem seu valor. Não dá para negar.
Mas nem só de desgraça vive o filme. A versão dublada está muito boa. Leandro Hassum segue dando show com o Gru, talvez até mesmo superando o trabalho de Steve Carell, e Maria Clara Gueiros segue ótima como a Lucy, além de um elenco consagrado de dubladores nacionais.
No fim das contas, a grande decepção do filme se dá por perceber haver uma história a ser contada ali, mas a direção optou por focar exclusivamente na comédia e acabou abrindo mão do que poderia ser um bom filme. Para piorar as coisas, há momentos que são idênticos a cenas de Os Incríveis (2004), assim como toda a dinâmica do bebê Gru Jr., o que certamente vai incomodar. No mais, o filme é bem colorido e dinâmico, então deve conseguir prender a atenção da molecadinha nova, mas para os pais vai faltar um pouco de história e momentos fofos que faziam nos divertiríamos com os pequenos.
Longa-metragem estará entrando nós cinemas Nacionais nesta quinta-feira dia (4), agora basta conferir!
Crítica-Rafa Gomes.



