O desembargador Peterson Barroso Simão, do Tribunal de Justiça do Rio, revogou a prisão temporária de MC Poze do Rodo, afirmando que a medida carecia de mais provas. Em sua decisão, o magistrado criticou a desproporcionalidade da prisão, comparando a situação do cantor com a de fraudadores do INSS que, segundo ele, permanecem impunes, enquanto “um jovem que canta e trabalha” é detido.
MC Poze foi preso no dia 29 de maio, no Recreio, e é investigado pela Polícia Civil por apologia ao tráfico, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com base em vídeos de apresentações realizadas em comunidades controladas pelo Comando Vermelho. O funkeiro, porém, nega envolvimento com o crime e seus defensores afirmam que a prisão faz parte de uma tentativa de criminalizar o funk.
Na decisão, o desembargador destacou que não há comprovação de que o artista estivesse em posse de armas, drogas ou qualquer item ilícito, e ressaltou a importância da liberdade de expressão como um direito fundamental. Ele também criticou o tratamento dado ao cantor, mencionando o uso de algemas e a ampla exposição midiática, e afirmou que o material já apreendido é suficiente para a continuidade das investigações sem necessidade de manter MC Poze preso.