Começaram em Porto Alegre as filmagens de “Coligay”, nova produção dirigida por Paulo Machline e estrelada por Irandhir Santos, que vai contar a história da primeira torcida 100% gay do Brasil. Formada por torcedores do Grêmio durante a ditadura militar, nos anos 1970, a Coligay foi um marco de resistência e diversidade, transformando as arquibancadas do Estádio Olímpico em um símbolo de coragem, irreverência e amor pelo futebol. A produção terá duas versões: uma minissérie de quatro episódios para o Canal Brasil e um longa-metragem com estreia prevista para 2026.
Com roteiro de Patricia Corso, Raul Perez, Fernando Américo e Luiz Filipe Noé, o projeto combina humor e drama para celebrar um capítulo histórico da inclusão no esporte brasileiro. As gravações, iniciadas na primeira semana de outubro, incluem locações emblemáticas da capital gaúcha — entre elas o antigo Estádio Olímpico, casa do Grêmio. O elenco reúne nomes como Zé Adão Barbosa, Vini Meneguzzi, Julia Soares, Duda Cardoso, Fred Vittola e Edu Mendas, com Irandhir Santos interpretando Ramon, um cabeleireiro que lidera a torcida e desafia o preconceito em plena ditadura.
Inspirado no livro “Coligay: Tricolor e de Todas as Cores” (Editora Libretos, 2014), do jornalista Léo Gerchmann, o filme resgata a trajetória do grupo fundado em 1977 por Volmar Santos, então gerente da boate Coliseu. A torcida, que chegou a reunir cerca de 200 integrantes, vestia trajes coloridos e entoava cânticos próprios nas arquibancadas, conquistando o respeito de jogadores e dirigentes do Grêmio. O projeto cinematográfico busca não apenas revisitar essa história, mas também refletir sobre o papel da representatividade e da liberdade de expressão no esporte.
Produzido pela Ventre Studio e pela Casa de Cinema de Porto Alegre, em parceria com o Canal Brasil e a +Galeria, Coligay conta com direção de fotografia de Lívia Pasqual, direção de arte de Richard Tavares e figurinos de Cacá Velasco. A trilha sonora é assinada por Leo Henkin, e a produção executiva, por Nora Goulart, Justine Otondo e João Queiroz. Com estreia prevista para 2026, a obra promete emocionar, inspirar e celebrar a torcida que, há mais de quatro décadas, transformou o futebol em um palco de resistência e orgulho.



