66% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação em 2020, aponta pesquisa
Foto: Estadão Conteúdo

66% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação em 2020, aponta pesquisa

Número é inferior a 2015, quando as doações atingiam o índice de 77%; perfil do doador é mulher entre 30 e 49 anos com ensino superior

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Solidariedade. Mais que uma palavra, um comportamento muito praticado ao longo da pandemia da Covid-19. Uma pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social junto com o instituto de pesquisas Ipsos mapeou as doações dos brasileiros no ano de 2020. O estudo entrevistou mais de dois mil pessoas, de todas as classes sociais e regiões do pais. Estados do Nordeste tem a população mais solidária (40%), seguido do Sudeste (39%) e Norte (38%). O perfil clássico do doador, segundo a pesquisa, é uma mulher com idade entre 30 e 49 anos, com ensino superior e renda igual ou maior a quatro salários mínimos. Cerca dos 66% dos entrevistados responderam que fizeram algum tipo de doação em 2020.

Esse número é inferior a 2015, quando as doações atingiam o índice de 77%. Segundo a CEO do Idis, Paula Fabiani, isso é explicado pela queda das doações das famílias com renda de até dois salários mínimos — impactadas pela crise econômica. “O que aconteceu é que muitas dessas pessoas se tornaram beneficiarias das doações, começaram a não só receber, auxílio emergencial, mas também ações das ONGs. A boa notícia que essa pesquisa trouxe é que as classes mais privilegiadas se engajaram mais. A gente teve um aumento do percentual de brasileiros doadores a partir de seis salários mínimos.” Outro dado que traz a pesquisa é uma mudança nas causas escolhidas pelos brasileiros para doar. Se em 2015 as prioridades eram campanhas relacionadas a crianças e saúde, em 2020 passou a ser o combate a pobreza.

A pandemia agravou a desigualdade social no país e a fome sensibilizou muitas famílias para mudar esse cenário. E tem mais alteração no comportamento da sociedade observada pela pesquisa. Paula diz que, no passado, os não doadores não tinham receio de admitir isso. Hoje é diferente. “A gente vê que o brasileiro tem vergonha de dizer que não é doador. Então, enquanto em 2015 você tinha não doadores convictos, agora a gente percebe que ser não doador é mal percebido pela sociedade. As pessoas não se posicionam como não doador convicto.” Para 2021, a projeção é boa: 80% dos entrevistados dizem que pretendem manter ou aumentar as doações. Pouco a pouco, vamos aprendendo a ter mais empatia no olhar com o outro. (Jovem Pan)

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