Cientistas da Universidade de Bristol descobriram que as espécies que põem ovos evoluíram de ancestrais vivíparos, contrariando a suposição anteriormente aceita de que o ovo de casca dura era essencial para o sucesso evolutivo. A pesquisa, conduzida em colaboração com a Universidade de Nanjing, na China, revelou que algumas espécies que atualmente botam ovos podem ter evoluído de ancestrais que deram à luz filhotes vivos.
O professor Michael Benton, da Universidade de Bristol, publicou um artigo na revista Nature, nesta segunda-feira, 12, afirmando que embora seja certo que muitos dinossauros colocavam ovos de casca dura durante o processo evolutivo, a suposição de que isso foi uma ocorrência muito precoce e fundamental para o sucesso dos amniotas precisa ser revista. A pesquisa revelou uma maior diversidade de modos reprodutivos, incluindo a capacidade de reter os embriões por meio da retenção prolongada.
Essa descoberta desafia a visão anterior de que botar ovos com casca dura desempenhou um papel crucial no sucesso evolutivo das espécies conhecidas como amniotas, que englobam mamíferos, lagartos, crocodilianos e pássaros, há mais de 300 milhões de anos. Aves modernas, crocodilos e tartarugas continuam a pôr ovos em estágios iniciais de desenvolvimento embrionário, enquanto os mamíferos mantêm seus embriões internamente, conhecido como EER (Estágio de Embrião Retido), permitindo que eles se desenvolvam dentro da mãe antes de nascerem vivos. Essa diversidade reprodutiva revela uma complexidade maior do que se imaginava anteriormente na evolução das espécies que põem ovos.
