A intensa chuva que afetou Porto Alegre desde setembro e gerou a maior inundação do Guaíba desde 1941 vai causar mudanças no plano da Prefeitura para a próxima parte da Orla, entre a Rótula das Cuias e o Arroio Ipiranga. Embora essa área não tenha sido tão afetada quanto outras partes da Orla que ficaram submersas, a inundação fez com que ficassem em alerta. Com informações do Sul21.
Em novembro, o nível do Guaíba atingiu 3,46 metros, ultrapassando a cota de inundação de 3 metros na área do Cais Mauá. Em 1941, as águas chegaram a 4 metros e invadiram o centro da cidade.
A recomendação para alterar o projeto do governo Sebastião Melo, que pretendia conceder a região para iniciativas privadas, veio do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE).
Darcy Nunes dos Santos, diretor-geral adjunto do DMAE, explicou em uma entrevista à rádio Gaúcha que os técnicos analisaram o plano do projeto, encomendado pela Secretaria Municipal de Parcerias, e deram diretrizes para proteger contra alagamentos e inundações.
As mudanças propostas incluem elevar a altura das construções e do solo. Embora o trecho 2 já tenha um nível naturalmente mais alto, protegendo-o da inundação recente, os técnicos sugeriram elevar a altura para 3,23 metros, em vez dos 3 metros planejados inicialmente. Há estudos para elevar ainda mais, possivelmente para 3,30 a 3,40 metros.
Além disso, propõe-se aumentar a altura das entradas das construções planejadas, como o aquário, centro de eventos e open mall, para algo entre 5,80 metros e 6 metros, alinhado com a altura da avenida Beira-Rio.
Essas mudanças visam seguir a cota do dique de proteção da cidade, entre 5,8 e 6 metros, para prevenir inundações e proteger vidas e patrimônio. Construções temporárias poderão ter uma cota menor.
Apesar de se considerar que o nível atual do trecho 2 não causaria prejuízos em caso de inundação, está sendo considerado elevar o solo conforme Ana Pellini, da Secretaria de Parcerias.
O projeto está em fase de estudos detalhados e deve passar por consulta pública em janeiro ou fevereiro, seguido por análise no Tribunal de Contas do Município por cerca de 3 a 4 meses. Se tudo correr como planejado, a prefeitura pretende lançar o edital para concessão do trecho 2 da Orla no segundo semestre de 2024.
Ana Pellini destaca a importância de não ter pressa: “É crucial ter calma e ouvir todas as partes envolvidas”.