A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) anunciou, por meio do Diário Oficial da União na última segunda-feira (24), a publicação do edital de autorização para construção e operação do Porto Meridional em Arroio do Sal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O projeto propõe a criação de um terminal de uso privado do tipo onshore, com estimativa de recebimento de até 40 mil toneladas. Além disso, o porto contará com um calado inicial de 17 metros, possibilitando a chegada de embarcações de grande porte, incluindo cruzeiros marítimos, com um orçamento previsto de R$ 6 bilhões.
De acordo com o engenheiro João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA Engenharia, empresa responsável pelo empreendimento, a captação dos recursos para a execução do projeto poderá ser realizada por meio de cinco fontes, tais como equity (capital de investidores), estruturação de dívidas, fundos de investimentos, fomento via BNDES e o Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Para João Acácio, a publicação do chamamento público representa um passo significativo. O próximo passo será a obtenção da licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Após a liberação da licença, estima-se que a construção ocorra em 24 meses, com previsão do primeiro navio atracar no porto em 2026.
O senador Luis Carlos Heinze (PP), que acompanhou de perto as negociações do projeto, comemorou o avanço do empreendimento, destacando que o Porto Meridional não busca competir com o Porto de Rio Grande, mas sim somar esforços para beneficiar toda a região e o Estado como um todo. Ele ressaltou que a falta de infraestrutura logística, como hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos, tem sido um dos desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul e que essa alternativa trará benefícios à economia local, atraindo também investidores interessados.
O deputado estadual Issur Koch (PP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Porto de Arroio do Sal na Assembleia Legislativa, reforçou que o empreendimento no Litoral Norte não pretende competir com o Porto de Rio Grande, mas sim complementar a infraestrutura existente, fortalecendo a logística regional e trazendo vantagens para todo o Estado.



