O Brasil retomou o status de país majoritariamente de classe média em 2024, segundo levantamento da Tendência Consultoria divulgado pelo jornal O Globo neste domingo (5). O estudo aponta que 50,1% dos domicílios brasileiros agora pertencem às classes C, B e A, com renda mensal superior a R$ 3,4 mil, superando pela primeira vez desde 2015 a marca de metade das famílias. Essa mudança reflete uma retomada econômica impulsionada pelo aumento do emprego e reajustes salariais acima da inflação.
Em 2023, as famílias das classes C, B e A correspondiam a 49,6% dos lares. O aquecimento do mercado de trabalho, a política de valorização do salário mínimo e o crescimento médio de 7% da renda total em 2024 foram determinantes para o avanço. O crescimento foi ainda mais expressivo entre as classes C, que teve um aumento de 9,5% na renda, e B, com 8,7%. Apesar do progresso, a economista Camila Saito, responsável pelo estudo, alertou que a mobilidade social deve desacelerar em 2025 diante de um cenário econômico mais moderado.
Saito também destacou os desafios estruturais para reduzir a pobreza extrema e melhorar a mobilidade social, como a informalidade e as desigualdades salariais. “A mobilidade social das classes D e E deve ser reduzida nos próximos anos, acompanhando um fenômeno típico de países com alta desigualdade”, afirmou. Apesar disso, as expectativas para a classe C permanecem positivas, ainda que em ritmo mais lento.
