O governo dos Estados Unidos confirmou que as novas tarifas comerciais sobre países parceiros entram em vigor no dia 1º de agosto, sem possibilidade de prorrogação. A medida foi reafirmada neste domingo (27) pelo secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, em entrevista à Fox News.
“Não haverá prorrogação nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro”, declarou Lutnick.
A decisão afeta diretamente exportadores de países como o Brasil e membros da União Europeia, que agora buscam alternativas diplomáticas de última hora para evitar os impactos econômicos da medida.
Apesar do tom firme, Lutnick destacou que o governo dos EUA ainda está aberto ao diálogo:
“As pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir. Se elas poderão fazê-lo feliz ou não é outra questão… Mas ele está sempre disposto a negociar.”
O Brasil está entre os principais alvos da nova rodada de taxações. No início de julho, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A justificativa veio em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual Trump menciona o processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, restrições a empresas de tecnologia norte-americanas no Brasil e um suposto déficit comercial entre os dois países.
A medida preocupa setores estratégicos da economia brasileira, especialmente o agronegócio e a indústria de base, que têm nos EUA um dos principais mercados consumidores.
Além do Brasil, os 27 países da União Europeia também estão prestes a sofrer retaliações tarifárias. Uma taxa de 30% está programada para ser aplicada às exportações do bloco. Em resposta, Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, marcaram um encontro neste domingo, na Escócia, para tentar amenizar o impasse.
Em publicação na rede X (antigo Twitter), von der Leyen disse ter tido uma “boa ligação telefônica” com Trump, e que ambos concordaram em discutir as relações comerciais transatlânticas e como mantê-las fortes.



