Enquanto o custo da cesta básica teve queda em 11 capitais brasileiras, Porto Alegre foi na contramão da média nacional e registrou alta de 1,50% entre os meses de maio e junho. Os dados fazem parte da mais recente edição da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A capital gaúcha foi, ao lado de Florianópolis (1,04%), uma das duas cidades com maior aumento no preço dos itens essenciais no período. O levantamento apontou ainda que Porto Alegre segue entre as capitais com os valores mais altos do país, com a cesta básica custando R$ 831,37 — empatada com São Paulo, que, apesar de registrar uma leve queda de -1,49%, continua com o custo mais elevado entre as 17 capitais pesquisadas.
Entre os alimentos que mais influenciaram na composição do índice estão itens como a batata, que apresentou redução de preço em diversas capitais do centro-sul, mas que não foi suficiente para conter o aumento geral na capital gaúcha. O Dieese destaca que, em Porto Alegre, outros produtos acabaram pesando mais no orçamento, contribuindo para o avanço nos custos.
No cenário nacional, os maiores recuos nos preços da cesta foram observados em Aracaju (-3,84%), Belém (-2,39%) e Goiânia (-1,90%). Já no ranking das cestas mais caras, Porto Alegre ocupa a quarta posição, atrás de Florianópolis (R$ 867,83) e Rio de Janeiro (R$ 843,27), o que reforça a pressão no custo de vida para os moradores da capital do Rio Grande do Sul.
A pesquisa do Dieese é referência para analisar o poder de compra da população e as variações nos preços dos alimentos essenciais. O resultado de junho acende um alerta para o impacto da inflação de alimentos em regiões específicas, como o Sul, onde Porto Alegre tem enfrentado elevações sucessivas em alguns produtos, mesmo com a tendência de queda em outras partes do país.



