Trump recua e derruba tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros
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Foto: Ricardo Stuckert / PR

Trump recua e derruba tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros

Segundo a Casa Branca, a revogação atende a preocupações internas com a inflação persistente dos alimentos e ocorre após pressões políticas ampliadas por recentes vitórias democratas em eleições estaduais

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (14) uma ordem executiva que revoga tarifas sobre uma série de produtos agrícolas importados, como carne bovina, café, bananas, tomates e frutas tropicais. A medida tem efeito retroativo desde a meia-noite de quinta-feira (13) e representa uma reviravolta significativa na política tarifária norte-americana, marcada desde abril por sobretaxas de até 10% sobre bens brasileiros e percentuais ainda maiores para União Europeia, China e Vietnã.

Segundo a Casa Branca, a revogação atende a preocupações internas com a inflação persistente dos alimentos e ocorre após pressões políticas ampliadas por recentes vitórias democratas em eleições estaduais, nas quais o custo de vida foi tema central. Trump justificou a decisão afirmando ter considerado demandas internas, negociações comerciais em andamento e a capacidade atual de produção dos Estados Unidos. O governo, porém, ainda não detalhou a porcentagem exata das reduções.

A mudança ocorre após meses de diálogo entre autoridades brasileiras e norte-americanas e segue encontros envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Representantes de setores exportadores no Brasil reagiram positivamente. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida, destacando que os EUA são o segundo maior mercado da carne bovina brasileira e que a decisão pode restabelecer estabilidade e ampliar as vendas. Já o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) informou que avalia o alcance da ordem, em especial se ela impacta a tarifa-base de 10%, o adicional de 40% ou ambas.

Apesar do otimismo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ainda analisa oficialmente o decreto para medir seus efeitos sobre exportadores brasileiros. A mudança pode reduzir custos de entrada de diversos produtos no mercado norte-americano e reverter impactos negativos do tarifaço imposto em abril, anunciado por Trump sob críticas à balança comercial com o Brasil e a alegações de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Caso confirmadas, as reduções devem fortalecer o fluxo bilateral e aliviar pressões sobre setores que vinham enfrentando queda de competitividade desde o início das tarifas.

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