O governo federal confirmou que o salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento. O valor representa um reajuste de 6,9% em relação aos atuais R$ 1.518 e começará a valer a partir de janeiro do próximo ano. A correção considera a inflação acumulada até novembro de 2025, medida pelo INPC, e aplica o limite de ganho real de até 2,5% previsto no novo arcabouço fiscal — o que reduziu o valor inicialmente projetado de R$ 1.630 na proposta orçamentária enviada ao Congresso.
A definição do novo piso salarial segue a política de valorização que combina variação inflacionária e crescimento do PIB, mas com restrição ao impacto nas contas públicas. Apesar de o PIB de 2024 ter avançado 3,4%, a lei aprovada no fim do ano passado impede que o aumento real ultrapasse 2,5%. O reajuste pressiona o orçamento federal, já que aposentadorias, BPC, seguro-desemprego e abono salarial não podem ser inferiores ao valor do mínimo. Cada R$ 1 de aumento representa um gasto adicional de R$ 420 milhões; assim, o novo valor gera impacto estimado de R$ 43,2 bilhões em 2026.
O salário mínimo é referência direta para 59,9 milhões de brasileiros, segundo o Dieese, entre trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais. O reajuste também influencia o salário médio da economia e o poder de compra da população de baixa renda. Com o avanço das despesas obrigatórias, cresce o debate entre economistas sobre desvincular benefícios previdenciários do piso — medida que reduziria custos, mas enfrentaria resistência por diminuir a renda dos mais vulneráveis.



