Aumenta a preocupação com bullying e intimidação de crianças e adolescentes no País
Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil

Aumenta a preocupação com bullying e intimidação de crianças e adolescentes no País

A escola foi apontada como o principal local de ocorrência por 63% dos entrevistados, seguida do ambiente digital (25%).

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A maioria dos brasileiros acredita que os atos repetitivos de humilhação, intimidação e ameaças, que caracterizam o bullying, e essas mesmas agressões no ambiente digital, o chamado cyberbullying, têm aumentado no País. E a preocupação entre famílias de que seus filhos sofram essa violência também é alta. Apesar disso, a percepção é que ainda faltam ações efetivas de combate do problema. Os dados são de uma pesquisa inédita, que alerta para a gravidade dos efeitos dessas condutas em crianças e adolescentes se não forem tratadas com a devida importância.

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Segundo o levantamento do Observatório Febraban – Pesquisa Febraban Ipespe “Bullying e Cancelamento: Impacto na vida dos brasileiros”, 79% dos entrevistados acham que os casos de bullying cresceram muito no Brasil. A impressão sobe para 85% em relação a essas práticas através de redes sociais, celulares, plataformas de mensagens e jogos. E a preocupação com o tema cresce na mesma medida.

Entre os pais com filhos em idade escolar, 81% expressam o receio de que seus filhos sejam vítimas dessas práticas. Os que apontam maior preocupação são as mulheres (85%) e os mais jovens de 18 a 24 anos (90%). Para 75% dos entrevistados, atitudes que discriminam, humilham ou ridicularizam alguém não podem ser consideradas uma “brincadeira”.

Apesar do impacto, quase metade dos entrevistados (49%) considera que o tema tem sido tratado de forma insuficiente. Entre os mais jovens, de 18 a 24 anos, 57% acham que o assunto é tratado com descaso. A pesquisa foi realizada entre os dias 21 de maio e 2 de junho deste ano, com três mil pessoas nas cinco regiões do País.

“O que emerge do estudo é que os problemas de bullying e cyberbullying assumem um quadro dramático para crianças e jovens. E ameaçam o equilíbrio psicológico e a saúde mental deles, com indicativos de que também comprometem o desempenho escolar e as relações sociais. Lembrando que o estresse provocado por essas práticas ainda encontra esses seres em uma fase frágil de desenvolvimento”, afirma o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Cor e etnia foram citadas pelos entrevistados como os principais fatores alvo de bullying, seguidas da orientação sexual. Há menções também ao aspecto físico ou a padrões de beleza. Já entre as possíveis motivações para o comportamento impróprio, os entrevistados citaram busca de popularidade, afirmação de poder e brincadeira inconsequente.

Entre os mais jovens, 42% disseram já ter sido alvo de bullying ou conhecem alguém vítima desse assédio. A escola foi apontada como o principal local de ocorrência por 63% dos entrevistados, seguida do ambiente digital (25%).

“Os dados reforçam o que vemos. As pessoas hoje caminham para uma compreensão do que é o bullying, e a preocupação dos pais, das crianças e dos adolescentes com a escola tem razão de ser”, afirma a professora e pesquisadora do Departamento de Psicologia da Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Luciene Tognetta. (O Sul)

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