Papel, lápis, borracha, caneta e muito silêncio. Esse foi o clima da primeira prova presencial da Olimpíada Brasileira de Inovação, Ciência e Tecnologia (OBICT), realizada nesta sexta-feira (27), em todo o Brasil. Na capital gaúcha, o Colégio Militar de Porto Alegre foi um dos polos de aplicação do teste. A instituição de ensino contou com mais de 130 estudantes dos ensinos Fundamental e Médio respondendo às questões.
Em sua primeira participação em uma olimpíada do conhecimento, Vinicius Mendes, aluno da 8ª série, finalizou o exame em pouco mais de uma hora. Na sua avaliação, essa etapa – que foi a primeira presencial da competição – foi a mais complicada. “Estava mais difícil que as anteriores”, avaliou. Apesar do grau de dificuldade, ele completou as 20 questões e disse que gostou da experiência inédita. Tanto que já se inscreveu em outra disputa desse tipo: uma olimpíada de Física.
Acostumada a participar desse tipo de competição, Natália Rauber, do 6º ano, destacou a importância de eventos como esse para praticar habilidades que vão além do que é ensinado em sala de aula. “Eu sou mais interessada na área da Matemática, mas participar de olimpíadas é sempre uma forma de expandir o conhecimento, pois não fica somente no conteúdo que se aprende no colégio. Vemos coisas muito mais aprofundadas”, contou.
Para a jovem, além do formato híbrido, com as duas primeiras fases virtuais, a OBICT também se destacou por trazer abordagens multidisciplinares de ciência, inovação e tecnologia. Natália já foi destaque em competições como, por exemplo, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Também habituado a participar de olimpíadas do conhecimento, Luca Wendt Ghisolfi, do 8º ano, adorou participar da competição. Ele afirmou que foi diferente de tudo o que já havia feito, especialmente por mesclar temas como bioengenharia, nanotecnologia e ciências da computação. “Eu achei fantástico. Nunca tinha visto e não esperava que a gente pudesse ter uma prova que cobrasse assuntos tão diversos, atuais e relevantes”.
Primeiro colocado na 18ª OBMEP, Luca gostou da evolução dos testes, que passaram do online para o presencial, aumentando o grau de dificuldade com o passar das fases. “Comparando a primeira e essa fase, há uma diferença gigantesca. Essa etapa já é presencial, e com questões bem mais complexas, bem elaboradas, para filtrar mesmo os candidatos, além de cobrar um nível de inteligência e pensamento lógico, abstrato, que é muito interessante”, ponderou.
Gaúchos terão premiação especial
Ao todo, 1.455 estudantes realizaram as provas em 23 estados. No Rio Grande do Sul, mais de 400 jovens participam da competição, em 19 municípios.
A 1ª OBICT iniciou em junho, com provas online, e a participação de mais de 36,5 mil estudantes de todo o Brasil. Na segunda etapa, também virtual, 9 mil alunos classificados fizeram os testes.
Os melhores colocados receberão medalhas de reconhecimento, cunhadas especialmente para essa competição. Os destaques gaúchos também receberão uma premiação especial, como forma de somar aos esforços de reconstrução do Estado.
A OBICT tem como parceiro acadêmico o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), renomada escola de engenharia do Brasil e berço da Embraer, e como patrocinadores o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, a Randoncorp e o Instituto Mari Johannpeter.