A noite de sexta-feira (8) no Estádio Centenário foi marcada por um lamentável episódio de racismo durante a partida entre Caxias e São José, válida pelas quartas de final do Gauchão Ipiranga 2024. Um torcedor da S.E.R. Caxias, de 62 anos, foi preso em flagrante após direcionar gestos racistas aos jogadores e integrantes da comissão técnica do time de Porto Alegre.
O crime e a paralisação da partida:
O ato de racismo não passou despercebido. Jogadores do São José, como o zagueiro Tiago Pedra, que relatou ter sido chamado de “macaco”, denunciaram a situação à arbitragem. O árbitro Jean Pierre Lima paralisou a partida por cerca de 10 minutos, enquanto a Brigada Militar era acionada.
Identificação e prisão do autor:
Com a ajuda do próprio Caxias e de outros torcedores, que se mostraram indignados com o crime, a Brigada Militar identificou e deteve o autor dos gestos racistas. Imagens de câmeras de segurança do estádio auxiliaram na identificação.
Punição e repúdio:
O homem foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, onde segue preso. Segundo a legislação brasileira, o crime de injúria racial prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, sem possibilidade de pagamento de fiança.
Em nota oficial, a S.E.R. Caxias repudiou o ato e afirmou ter colaborado na identificação do torcedor. “A S.E.R. Caxias enaltece que repudia veementemente o racismo e qualquer outro tipo de preconceito, e que sempre fará de tudo para combater em nosso estádio ou em qualquer outro lugar”, destacou o clube.
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) também se manifestou, destacando o acionamento do “Protocolo Zero”, iniciativa que visa combater o racismo no futebol gaúcho. “O São José e seus atletas receberão todo o apoio necessário da FGF”, garantiu a entidade.
Repúdio e necessidade de mudança:
O episódio mancha a festa do futebol e reforça a necessidade de medidas contundentes para combater o racismo dentro e fora dos estádios. A punição exemplar do autor do crime e a união de clubes, entidades e torcedores são fundamentais para construir um ambiente mais justo e inclusivo no esporte.
Exemplos de medidas para combater o racismo no futebol:
- Educação: Palestras, workshops e campanhas de conscientização sobre o racismo para jogadores, torcedores e profissionais do futebol.
- Punições: Aplicação rigorosa das leis que punem o racismo, com penas mais severas para crimes dentro dos estádios.
- Tecnologia: Uso de sistemas de reconhecimento facial para identificar e punir autores de crimes de racismo.
- Diversidade: Promoção da diversidade nas estruturas dos clubes e entidades de futebol.
Combater o racismo no futebol é um compromisso de todos:
- Clubes: Implementar políticas de combate ao racismo e garantir ambientes seguros e inclusivos para todos.
- Entidades: Criar e fortalecer mecanismos de punição para crimes de racismo e promover ações de conscientização.
- Torcedores: Repudiar qualquer tipo de manifestação racista e denunciar autores de crimes.
Somente com a união de todos os envolvidos no futebol será possível construir um ambiente livre do racismo e de qualquer tipo de discriminação.



