Quase uma década após o último rebaixamento do Sport Club Internacional, a Justiça do Rio Grande do Sul continua a desdobrar os fatos envolvendo a gestão que comandou o clube no biênio 2015/2016. A administração, marcada por denúncias de irregularidades financeiras e suspeitas de desvios, culminou em diversas condenações dentro da Operação Rebote — investigação que apurou crimes relacionados a estelionato, fraude e organização criminosa no período.
A gestão de Vitorio Piffero, presidente do clube naquele biênio, tornou-se o centro das investigações. Piffero foi condenado a 10 anos de reclusão por crimes ligados às irregularidades financeiras apuradas no clube. As acusações envolvem participação em esquema que teria causado prejuízos milionários ao Internacional, contribuindo para um dos momentos mais conturbados da história recente colorada.
Entre os principais nomes da diretoria da época, também foi condenado o ex-vice-presidente de Finanças, Emerson Affattato, com pena de 19 anos e oito meses de prisão. A Justiça entendeu que ele teve papel relevante na estrutura que possibilitou os desvios investigados.
Outro dirigente atingido pela operação foi o então vice-presidente jurídico, Marcelo Castro, sentenciado a 16 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Sua condenação partiu de um desdobramento específico da Operação Rebote, no qual irregularidades complementares foram identificadas.
Mais recentemente, a Justiça condenou também Emídio Marques Ferreira, ex-vice-presidente de Patrimônio. Ele recebeu pena de 10 anos e seis meses, além de multa, por 209 crimes de estelionato e participação em organização criminosa. Sua condenação reforça o alcance da investigação sobre o período que marcou o último rebaixamento colorado e o abalo institucional que o clube enfrentou.
As decisões são de primeira instância e ainda cabem recursos, mas reforçam o peso das denúncias que envolveram a diretoria responsável por uma das fases mais difíceis da história do Internacional.
