Tem algo de especial quando alguém daqui ganha o mundo e volta para cantar em casa. É o caso de Gabrielzinho, nascido em Gravataí, hoje vivendo no Rio de Janeiro, mas que retorna ao Sul em outubro, agora em outro patamar: artista da Sony Music, escrevendo sucessos para os principais nomes do pagode e estreando nova turnê com música inédita.
Mesmo que você não reconheça o rosto de cara, é quase certo que já ouviu alguma criação dele. Ele é o autor de músicas como “Vai me Dando Corda” (Menos é Mais) e “Tortura” (Dilsinho), além de ter composições gravadas por Thiaguinho, Ferrugem, Péricles, Turma do Pagode, Sorriso Maroto, Léo Santana e mais uma lista de peso. É aquele tipo de artista que você descobre que “já conhecia”, mesmo sem saber.
A carreira, que começou discreta no Sul, ganhou corpo no Rio de Janeiro e tomou o país: já são dois DVDs lançados, mais de 40 milhões de streams, participações com nomes grandes do gênero e um novo projeto saindo do forno. A música de trabalho atual, “Vagabundo de Sorte”, é um feat com Gamadinho e leva a assinatura dele ao lado de Dilsinho.
Por trás do resultado, tem também um detalhe que explica a virada de chave: Gabrielzinho hoje integra o Clube do Cowboy, o mesmo escritório que revelou Victor & Léo e que atualmente cuida de carreiras como as de Diego & Victor Hugo — ou seja, ele não está sozinho na estrada, está cercado por quem transforma talento em carreira longa.
Há quem diga que samba e pagode vivem de ciclos — e a cada geração surgem novos nomes que puxam a cena para frente. Se o Sul sempre foi mais identificado com o rock e a música tradicional, é curioso perceber que um dos cerebrais do pagode nacional nasceu aqui e só teve que mudar de CEP para estourar.
Agora ele volta para o mesmo lugar que o viu começando, mas com outra história para contar: a de quem saiu daqui autor desconhecido e retorna compositor de hits — e artista pronto para casa cheia.