Crítica | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, por Rafa Gomes
Foto: Divulgação

Crítica | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, por Rafa Gomes

“Neste prelúdio vemos o início do ódio de Snow, presidente de Panem, ao Distrito 12 e a tudo que Katniss Everdeen representa, nos fazendo entender que tudo começa muito antes da trilogia de Jogos Vorazes”

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O Porto Alegre 24 Horas conferiu mais uma adaptação para as telonas, inspirado no livro homônimo lançado em 2020 pela Editora Rocco, o longa retrata uma história anterior ao primeiro filme com Presidente Snow (Tom Blyth) ainda jovem. A produção traz grande elenco com nomes como Rachel Zegler, de “Amor, Sublime Amor”, Hunter Schafer, da série “Euphoria”, Josh Andrés Rivera, Jason Schwartzaman, além das participações de Viola Davis, como Dra. Volumnia Gaul, e Peter Dinklage, como Dean Highbottom.

 

Na trama, acompanhamos Coriolanus Snow, aos 18 anos, vivido por Tom Blyth, durante a décima edição dos Jogos Vorazes que está enfrentando uma crise na sua audiência, nesse contexto, Snow vê uma chance de vencer na vida quando se torna o mentor de Lucy Gray, vivida por Rachel Zegler, um(tributo) do Distrito 12. Durante sua mentoria, os dois desenvolvem uma conexão sincera, porém a ambição de Snow acaba sendo maior, resultando em tragédia. Este longa é assinado por Nina Jacobson, Brad Simpson e Francis Lawrence, que também atua como diretor e foi responsável pelos últimos três longas da série, a produção traz roteiro escrito por Suzanne Collings, criadora dos livros, em parceria com Michael Arndt, de “Toy Story 3” e “Star Wars: O Despertar da Força” e Michael Lesslie, de “Assassin’s Creed”.

 

O diretor retorna para a franquia após dirigir os 3 últimos filmes. Aqui sua construção de universo opta em retratar Panem como uma espécie de pré-distopia, através de uma estética que converge o futurismo sci-fi da bioengenharia com a tecnologia dos anos 50 dos Estados Unidos, sendo assim cria um ar de que o mundo de Jogos Vorazes passou por um reset tecnológico em alguns aspectos e que em poucos anos conseguiu se reerguer. O roteiro entrega uma história com um tom de tragédia épica em que vemos a sociedade de Panem com uma ideia ainda crua de totalitarismo, onde Snow se torna o catalisador para o controle absoluto que vemos na trilogia original.

 

Os Jogos Vorazes nascem como uma punição crua de um estado cruel, mas evoluem para uma forma mais sofisticada de controle através do espetáculo de mídia, tema que é bastante presente na franquia. Para corroborar essas ideias, temos Casca Highbottom, vivido por Peter Dinklage, o criador dos jogos originais, em que o mesmo tenta a todo custo impedir os jogos de evoluírem por perceber que no momento que eles deixarem de ser vistos como punição e sim maquiado como um espetáculo, nunca mais iam deixar de existir. Com uma trama dividida em 3 capítulos ao longo de suas 2 horas e 40 minutos de duração, tal escolha desestabiliza o ritmo da narrativa, com a urgência dos dois primeiros capítulos sendo resolvidos em si mesmos para que no terceiro tenha quase uma ideia de epílogo, com um ritmo mais calmo e contemplativo, longe de ser um capítulo desagradável, porém na experiência completa acaba sendo fraco.

 

No fim, “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” se mostra com coragem de ser um blockbuster mais autêntico, onde o drama épico e trágico tomam conta no lugar de cenas de ação e piadinhas, a obra respeita e às vezes referencia a mitologia do universo de Jogos Vorazes, mas não deixa de ter uma identidade própria, tornando sua existência válida e chamativa. Assim, a poesia trágica da cantiga mostra um valor, talvez maior, no lugar da voracidade da trilogia passada.

 

Mesmo com a velocidade dos episódios (e a falta de explicação), o final de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é uma peça bem encaixada.Tem traição, mistério e possibilidades. O filme estreia dia 15 de novembro nos cinemas, se você é fã da trilogia original basta garantir seu ingresso e conferir o início desta história épica nós cinemas mais próximos.

 

Crítica Rafa Gomes.

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