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Foto: Reprodução/Instagram

Renúncia de Primeiro-Ministro da França aprofunda crise política no país

Lecornu entregou sua carta de renúncia cerca de 14 horas após a apresentação do novo gabinete de ministros

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O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira, menos de um mês após assumir o cargo. Com apenas 27 dias à frente do governo, Lecornu quebra o recorde de mandato mais curto na história moderna da França. Sua saída agrava a crise política que já afeta o país desde as eleições legislativas de 2024, quando a Assembleia Nacional ficou sem uma maioria clara, dividida entre a esquerda, o centro-direita e a extrema-direita. O gesto também intensifica a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, que vê sua autoridade cada vez mais desafiada.

Lecornu entregou sua carta de renúncia cerca de 14 horas após a apresentação do novo gabinete de ministros. Sua proposta para o governo foi amplamente criticada por partidos de diversas vertentes políticas, o que levantou suspeitas de que ele enfrentaria um voto de desconfiança no Parlamento. Em sua declaração, o ex-premier disse que “as condições não estavam reunidas” para exercer sua função, apontando os “apetites partidários” como um dos principais obstáculos. Ele também acusou os políticos franceses de focarem mais nas eleições de 2027 do que em um debate parlamentar construtivo.

A nomeação de Lecornu, um ex-ministro da Defesa de 39 anos e aliado próximo de Macron, gerava expectativas de renovação política. No entanto, a manutenção de ministros do governo anterior, como Bruno Le Maire, que foi reconduzido ao cargo de Ministro da Defesa, foi vista como uma contradição. Essa decisão, mais do que a escolha dos ministros, parece ter sido o ponto de ruptura que resultou em sua saída.

Este episódio é um reflexo da instabilidade política que marca o governo de Macron desde as eleições de 2024. O país está dividido e o governo tem enfrentado dificuldades em formar uma coalizão capaz de garantir a governabilidade. Lecornu, em sua última declaração como premier, acusou os partidos de não aproveitarem a oportunidade de diálogo e afirmou que muitos se concentram em suas ambições para 2027, em vez de solucionar os problemas imediatos do país.

Com a renúncia de Lecornu, o presidente Macron agora enfrenta o desafio de escolher um novo primeiro-ministro, seu oitavo desde que assumiu o cargo em 2017. Contudo, qualquer novo nome terá que lidar com um cenário político ainda mais polarizado, especialmente com a ascensão da extrema-direita. Líderes do Reagrupamento Nacional, como Jordan Bardella e Marine Le Pen, já se posicionaram a favor de novas eleições legislativas, sinalizando que a crise pode se arrastar por ainda mais tempo.

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