Saiba quais são os bairros de Porto Alegre mais vulneráveis às ameaças climáticas
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Foto: Rodger Timm/PMPA

Saiba quais são os bairros de Porto Alegre mais vulneráveis às ameaças climáticas

Capital já sente os efeitos da mudança do clima com secas, tempestades e ondas de calor atípicas

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O estudo “Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas”, apresentado pela prefeitura de Porto Alegre nesta terça-feira (31), identificou os bairros que apresentam maiores riscos de sofrer as consequências da mudança climática na capital.

Seis ameaças climáticas para Porto Alegre foram analisadas no relatório: inundação fluvial; deslizamentos/erosão; tempestades; ondas de calor; secas meteorológicas; e vetores de arboviroses. De acordo com o diagnóstico, as regiões Leste e Nordeste, e Lomba do Pinheiro e Partenon (regiões de gestão do planejamento do Plano Diretor) são as que mais sofrem com o conjunto destas ameaças climáticas avaliadas no estudo.

Dentre as regiões identificadas, foram destacados os bairros mais ameaçados pelas mudanças climáticas. São eles:

  • Bom Jesus,
  • Vila João Pessoa,
  • Aparício Borges e
  • São José
  • Rovana Reale Bortolini, diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smamus), explicou que “As mudanças climáticas geradas pelas emissões de gases de efeito estufa de atividades como transporte, consumo de energia, geração e disposição de resíduos afetam a vida de quem mora nas cidades, onde 80% das pessoas vivem. Assim, este desenha-se como um momento para alinharmos o conhecimento sobre a pauta e trocar saberes. A fase de diagnóstico é fundamental para que a próxima etapa, de propostas, atinja os objetivos pretendidos”.

    De acordo com a prefeitura, o objetivo do estudo é “identificar e estabelecer medidas prioritárias concretas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa, de mitigação e de adaptação (social, econômica, ambiental e territorial)”.

    O processo de desenvolvimento do plano é de 17 meses e deve ser finalizado em julho de 2024. De acordo com a Prefeitura, o Plano de Ação Climática irá propor mecanismos e instrumentos que possibilitem a implementação pelo município das metas estabelecidas, como zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

    O estudo também identificou as regiões com maior de densidade demográfica da Capital, sendo elas Humaitá, Navegantes, Ilhas, Noroeste, Norte e Eixo Baltazar, Leste e Nordeste, e Lomba do Pinheiro e Partenon. Num cenário de projeção para o ano de 2050, os bairros que, segundo o estudo, apresentaram maiores riscos de inundações são Vila João Pessoa, Aparício Borges, São José, Lomba do Pinheiro, Bom Jesus e Vila Jardim, sendo estes os mais críticos. Bom Fim, Cidade Baixa, Passo das Pedras e Santa Tereza são outros bairros sob risco de inundação.

    No mesmo cenário projetado para 2050, os bairros Vila João Pessoa, Aparício Borges, São José, Lomba do Pinheiro, Bom Jesus, Vila Jardim, Glória e Cascata são os mais críticos com relação ao risco de deslizamentos. O estudo ainda cita o Bom Fim e destaca o Morro da Polícia, Morro Santana e Morro Tapera. Os principais fatores apontados para o risco de deslizamentos são os tipos de solo e rocha, a concentração de população próxima às vertentes, menor renda e menor infraestrutura das ruas.

    De acordo com o estudo, tempestades são ameaças para os bairros Vila João Pessoa, Aparício Borges, São José, Lomba do Pinheiro, Bom Jesus e Vila Jardim. O diagnóstico ainda ressalta o risco dos bairros Independência, Bom Fim, Costa e Silva, Passo das Pedras e Cascata.

    Onda de Calor

    O estudo divulgado pela Prefeitura identificou os bairros mais críticos para as ondas de calor. São eles:

  • Bom Fim,
  • Cidade Baixa,
  • Independência,
  • Santana,
  • Bom Jesus,
  • Vila Jardim,
  • Vila João Pessoa,
  • São José.
  • Em menor grau, o Cristo Redentor também é citado no diagnóstico. O motivo são as áreas impermeáveis, a menor presença de áreas verdes, renda média, menor infraestrutura de esgoto e ruas, acesso à água e população idosa sensível.

    A pesquisa também identifica, para um cenário de 2050, o risco de seca, e os vairros mais críticos nessa análise são Bom Jesus, Vila João Pessoa e São José. Também são considerados os bairros Cidade Baixa, Santana, Passo d’Areia, Passo das Pedras e Cascata. Os principais fatores apontados são o déficit habitacional, a renda média, acesso à água e presença de reservatórios.

    Ao final, a “Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas” conclui que as regiões mais vulneráveis são aquelas que concentram os bairros mais periféricos, com população de menor renda, déficit habitacional e menor acesso a infraestruturas. O estudo enfatiza que são regiões onde também se concentram a maior parte da população negra de Porto Alegre.

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