Um estudo realizado pela revista britânica Nature apontou que as mudanças climáticas vão ampliar a transmissão viral entre espécies até 2070. Estima-se que 10 mil espécies de vírus tem capacidade de infectar humanos e muitos deles já estão circulando silenciosamente em mamíferos selvagens. Entretanto, apenas 4 mil devem se espalhar entre os mamíferos. Apesar dos altos números, em entrevista ao jornal CNBC, o coautor do estudo, Greg Albery, adiantou que isso não indica que haja 4 mil pandemias similares a de Covid-19. Contudo, “cada um tem o potencial de influenciar a saúde animal e talvez se espalhar para as populações humanas”, declarou.
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Essa transmissão vai ocorrer em decorrência da aproximação dos animais que vão precisar fazer uma migração forçada por causa das altas temperaturas que afetam o planeta e ocasionará na aproximação de espécies que nunca tinham se cruzado. Segundo a revistas, “em alguns casos, isso facilitará o transbordamento zoonótico – uma ligação mecanicista entre a mudança ambiental global e o surgimento de doenças”. Os resultados desse estudo foram obtidos após a simulação de “potenciais hotspots de compartilhamento viral futuro, usando um modelo filogeográfico” e a projeção de “mudanças de alcance geográfico para 3.139 espécies de mamíferos”. Com isso, eles viram que “as espécies agregarão em novas combinações em altas altitudes” e locais “de alta densidade populacional humana na Ásia e África”. Mas, a própria Europa também pode ser um hotspots de transmissão, segundo o relatório.
Segundo a CNBC, os dados apresentados só destacam uma tendência que há tempos os cientistas já previam. “Infelizmente, continuaremos a ver novos eventos de doenças zoonóticas com frequência e escopo crescentes”, disse Matthew Aliota, professor do Departamento de Ciências Veterinárias e Biomédicas da Universidade de Minnesota, à CNBC. O relatório ainda aponta que os morcegos vão ser os “responsáveis pela maioria dos novos compartilhamentos virais” e provavelmente “compartilharão vírus ao longo de caminhos evolutivos que facilitarão a emergência futura em humanos”. Isso destaca a emergência em “emparelhar a vigilância viral” e os esforços de descoberta com pesquisas de biodiversidade que “rastreiam as mudanças de distribuição das espécies”, especialmente em regiões tropicais que abrigam a maioria das zoonoses e estão passando por um aquecimento rápido, aponta o estudo. (Jovem Pan)



