No último sábado (4), uma mulher de 37 anos viajava de metrô em direção à estação de Jukjeon, na cidade metropolitana de Yongin, na Coreia do Sul, quando foi repreendida por outra passageira por falar alto no celular. A mulher de 60 anos a chamou de “ajumma”, um termo utilizado para mulheres de meia idade naquele idioma, mas que ganhou conotação pejorativa, associado a mulheres pouco femininas, que reclamam e se dedicam apenas a tarefas domésticas. A ofensa gerou uma reação desproporcional da acusada, que desferiu golpes de faca na passageira que a repreendeu, em uma amiga dela, também de 60 anos, e em um homem de 50 anos, cuja ligação com o incidente ainda é desconhecida.
O caso de violência extrema e gratuita chocou a sociedade coreana e trouxe à tona o quão ofensivos podem ser os termos utilizados naquele idioma para estigmatizar parcelas da população. A polícia sul-coreana informou que a autora do crime pode ser acusada de “violência especial”, semelhante a uma lesão corporal grave, ou até tentativa de homicídio na lei brasileira, o que pode resultar em uma pena de até 10 anos de prisão. Uma das vítimas precisou passar por cirurgia, enquanto as demais foram atendidas em um pronto-socorro e liberadas posteriormente.
O termo “ajumma” é originário da palavra “ajumeoni”, considerada mais formal, e passou a ter conotação negativa ao longo dos anos. A expressão é frequentemente utilizada para descrever mulheres de meia idade que não se encaixam nos padrões de beleza ou comportamento femininos, o que as torna alvo de estigma e discriminação.