Em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (22), o deputado estadual Guilherme Pasin (PP) propõe um boicote contra os supermercados Carrefour. A manifestação ocorreu devido ao anúncio da multinacional, de origem francesa, de anunciar que não irá mais comprar carnes produzidas nos países do Mercosul (formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai). Dessa forma, as unidades do supermercado na França não iriam ser mais abastecidas com proteína animal oriunda do bloco. Agricultores brasileiros temem que a medida acabe pressionando outros países europeus.
“A lei é muito clara, tudo aquilo que vai, volta. E aquilo que bate em Pedro bate em Paulo. Então vamos lançar uma campanha no Brasil, em especial no RS: nós não compraremos mais nos supermercados da Rede Carrefour”, afirma no vídeo.
O anúncio da suspensão de compras de carnes foi feito na última quarta-feira (20) pelo o CEO mundial da companhia francesa, Alexandre Bompard, em carta a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas da França. A medida tem como objetivo amenizar as tensões levantadas pelos agricultores franceses, que se mostram contra o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Desde a última segunda-feira (18), diversas manifestações violentas têm tomado conta do país.
A França não é um dos principais importadores de carne bovina brasileira, sendo que neste ano comprou menos de 40 toneladas in natura do Brasil. Nesta sexta-feira, outra grande rede de supermercados francesa anunciou o boicote de carnes oriundas do Mercosul “em defesa da soberania alimentar francesa”. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou apoio ao movimento de associações de produtores de proteína animal e entidades brasileiras do agronegócio que sugerem boicote em repúdio à decisão da rede varejista Carrefour, na França, de suspender a venda de carne oriunda dos países do Mercosul nas lojas do país europeu.
No mesmo dia, o Mapa publicou nota em que rechaçou a decisão do Carrefour e reafirmou a qualidade da carne produzida no Brasil. Em seguida, entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também divulgaram uma nota de repúdio e sugeriram a possibilidade de boicotar totalmente a oferta de carne ao Grupo Carrefour no Brasil. Isso porque o próprio Carrefour havia divulgado nota informando que o veto da companhia só se aplicaria às lojas da França, por causa da crise vivida pelos produtores rurais do país, mas não valeria para as unidades do Brasil e Argentina, bem como outros países onde a rede opera na forma de franquia.



