O governo dos Estados Unidos, durante a administração Trump, está considerando a criação de um reality show em que imigrantes disputariam entre si a chance de conquistar a cidadania americana. A proposta, de teor polêmico, foi confirmada nesta semana por uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), que declarou que o projeto está em fase inicial de análise.
Idealizado pelo roteirista e produtor canadense Rob Worsoff, o programa — batizado de The American — prevê que 12 imigrantes iniciem a jornada a bordo de um barco, desembarcando em Ellis Island, Nova York, ponto simbólico da imigração americana. A partir daí, os participantes embarcariam em um trem que cruzaria os Estados Unidos, enfrentando provas inspiradas em tradições e marcos históricos do país.
Segundo documentos obtidos pelo jornal britânico Daily Mail, os episódios seriam divididos em etapas como desafio de herança cultural, eliminação semanal, reuniões públicas e uma votação final. As provas incluiriam atividades como garimpar ouro em São Francisco, participar de competições de rolamento de troncos em Wisconsin e montar o chassi de um Ford Modelo T em Detroit.
O grande vencedor seria naturalizado oficialmente em uma cerimônia no Capitólio, em Washington, encerrando a temporada com a concessão pública da cidadania americana. Ainda de acordo com a proposta, celebridades como Sofia Vergara, Ryan Reynolds e Mila Kunis — todos imigrantes naturalizados — estariam cotados para apresentar o programa.
A porta-voz do DHS esclareceu que a proposta ainda não teve qualquer parecer oficial da secretária da pasta, Kristi Noem. O órgão, responsável pela aplicação das leis de imigração nos Estados Unidos, analisará o projeto antes de qualquer decisão.
Em entrevista ao Wall Street Journal, o produtor Rob Worsoff afirmou que a intenção do programa é “trazer esperança e fé” para os imigrantes e rejeitou a ideia de que a eliminação no reality implicaria em deportações. “Trata-se de uma celebração da jornada americana, não de um castigo”, disse.
A proposta, no entanto, já começa a provocar reações. Até o momento, o projeto permanece como uma ideia em avaliação, sem cronograma definido para implementação — mas já causa debates intensos sobre os limites do entretenimento e a ética da imigração em tempos de crescente polarização.
