Ataque israelense em Gaza mata 10 crianças em fila de posto médico
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Foto: Frame de vídeo/The Guardian

Ataque israelense em Gaza mata 10 crianças em fila de posto médico

As vítimas aguardavam suplementos nutricionais e tratamento médico quando foram atingidas. A informação foi confirmada por médicos que atuam na região ao jornal britânico The Guardian

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Pelo menos 15 pessoas, entre elas 10 crianças, morreram na manhã de quinta-feira (11) após um ataque aéreo israelense atingir civis que aguardavam atendimento em frente a um posto médico em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza. O bombardeio ocorreu em meio à intensificação dos ataques de Israel no território, que deixaram 82 mortos em apenas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde palestino.

As vítimas aguardavam suplementos nutricionais e tratamento médico quando foram atingidas. A informação foi confirmada por médicos que atuam na região ao jornal britânico The Guardian. A clínica, administrada pela organização Projeto Esperança, suspendeu suas atividades até novo aviso. “Famílias inocentes foram atacadas impiedosamente enquanto esperavam na fila. Esta é uma violação flagrante do direito internacional humanitário”, afirmou Rabih Torbay, diretor executivo da ONG.

O exército israelense declarou que o alvo era um suposto membro do Hamas envolvido no ataque de 7 de outubro de 2023, mas reconheceu que o caso está sob revisão, lamentando “qualquer dano a indivíduos não envolvidos”.

Além do ataque ao posto médico, outros 67 palestinos morreram nas últimas 24 horas em ações militares e tiroteios israelenses em diversos pontos da Faixa de Gaza, agravando ainda mais a situação humanitária no território.

Negociações e impasses sobre cessar-fogo

O aumento dos bombardeios ocorre num momento em que negociações por um cessar-fogo estariam em andamento. Na quarta-feira, o grupo Hamas aceitou libertar 10 reféns em troca de um cessar-fogo. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que há uma “chance muito boa” de que um acordo seja fechado nesta semana ou na próxima.

Entretanto, o Catar, que atua como mediador das negociações, alertou que obstáculos significativos ainda precisam ser superados. Enquanto Israel exige o direito de retomar operações militares após o cessar-fogo, o Hamas quer garantias de que os combates não serão reiniciados.

O último cessar-fogo foi rompido em março, quando Israel optou por retomar as operações militares em vez de avançar para a segunda fase do acordo, que poderia ter estabelecido um fim permanente no conflito. A exigência de Israel pelo desarmamento do Hamas e sua retirada de Gaza continua sendo um dos principais impasses, já rejeitado pelo grupo militante.

Moradores de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, relataram que tanques e tratores israelenses avançaram em direção a acampamentos de deslocados internos, lançando tiros e gás lacrimogêneo contra civis. Muitas famílias foram forçadas a abandonar o local às pressas, levando colchões e pertences básicos sob temperaturas escaldantes.

A guerra em Gaza teve início após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de mais de 1.200 pessoas em Israel. Desde então, mais de 57 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza como resultado das operações militares israelenses, de acordo com autoridades de saúde palestinas. A situação no território é descrita por organizações humanitárias como próxima da fome, devido às restrições impostas à entrada de ajuda humanitária.

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