O caso de um homem identificado como Jiao, de 38 anos, preso no último dia 9 de julho em Nanquim, na China, tem gerado intensa repercussão nas redes sociais de diversos países. Fingindo ser uma mulher chamada “Sister Hong”, ele marcava encontros com homens, mantinha relações sexuais e os filmava sem consentimento, comercializando posteriormente os vídeos em grupos privados da internet.
A operação policial que levou à prisão do suspeito teve início após denúncias e boatos que circularam nas redes chinesas. Inicialmente, dizia-se que um idoso de 60 anos havia se disfarçado de mulher e gravado mais de mil pessoas. A polícia de Jiangning negou essa versão, esclarecendo que o responsável era Jiao, um homem mais jovem, e que as informações exageradas sobre a quantidade de vítimas e uma suposta infecção por HIV eram falsas.
De acordo com o Departamento de Segurança Pública de Nanquim, Jiao criava perfis falsos em aplicativos de relacionamento, onde se apresentava como uma mulher divorciada à procura de um relacionamento. Para tornar o disfarce mais convincente, utilizava perucas, maquiagem, filtros digitais e softwares de alteração de voz. Os encontros aconteciam em seu apartamento, e ele costumava pedir presentes simbólicos como leite, frutas ou óleo — em um caso, a vítima levou uma melancia.
A polícia ainda investiga o número de pessoas afetadas pelo golpe, que pode chegar a centenas. Apesar dos boatos que mencionavam 1.691 vítimas, esse dado não foi confirmado pelas autoridades.
As gravações dos encontros eram vendidas por aproximadamente 150 yuan (cerca de R$ 116), e sua circulação em grupos privados resultou na exposição de diversos homens. Algumas vítimas tiveram suas imagens compartilhadas de forma indevida, com montagem de painéis contendo rostos, o que levou a consequências sérias como rompimentos amorosos, humilhações públicas e linchamentos virtuais. Em alguns casos, namoradas e esposas das vítimas reagiram ao vivo nas redes sociais após verem os vídeos.
Não está claro se as vítimas sabiam que estavam se relacionando com um homem durante os encontros. As autoridades informaram que Jiao foi formalmente acusado por divulgação de material obsceno, crime que pode levar a até 10 anos de prisão. Caso os presentes recebidos durante os encontros sejam interpretados como pagamento, ele também poderá responder por prostituição, além de outros crimes, segundo especialistas consultados pela imprensa chinesa.
O caso continua sob investigação.



