Após quase dez horas de deliberação, o gabinete de segurança de Israel deu sinal verde, nesta sexta-feira (8), para a ocupação da Cidade de Gaza. A medida, defendida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi aprovada em meio a manifestações em território israelense e ao aumento da pressão externa por um cessar-fogo e pela ampliação do envio de alimentos à população palestina.
O plano, segundo comunicado do gabinete de Netanyahu, tem como meta “derrotar o Hamas” e prevê que as Forças de Defesa de Israel assumam o controle da área, ao mesmo tempo em que garantam ajuda humanitária aos civis fora das zonas de combate. Entre os “cinco princípios para o fim da guerra” aprovados, está a manutenção do domínio israelense em Gaza e a criação de uma administração civil que não seja vinculada nem ao Hamas nem à Autoridade Palestina.
A declaração oficial afirma que a maioria dos ministros rejeitou uma proposta alternativa apresentada durante as discussões, por considerá-la incapaz de enfraquecer o Hamas ou de assegurar a libertação dos reféns. O documento, porém, não detalha quem elaborou esse plano ou quais eram seus pontos centrais.
Crise humanitária se agrava
Enquanto as decisões eram tomadas em Tel Aviv, as consequências do cerco militar a Gaza se intensificavam. Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que julho registrou o maior número mensal de crianças com desnutrição aguda desde o início do conflito: quase 12 mil menores de cinco anos.
Dessas, cerca de 2,5 mil apresentavam um quadro grave e pelo menos 29 crianças morreram de fome apenas no mês passado, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Desde o início da guerra, as autoridades de saúde de Gaza contabilizam 197 mortes por inanição, sendo 96 de crianças.



