A Suíça anunciou nesta terça-feira (19) que está disposta a oferecer imunidade ao presidente russo Vladimir Putin caso ele aceite participar de uma conferência de paz no país. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores suíço, Ignazio Cassis, durante coletiva de imprensa em Berna, ao lado do chanceler italiano Antonio Tajani. Putin tem acesso limitado a outros países devido ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra.
Segundo Cassis, o governo suíço já havia estabelecido, no ano passado, regras específicas para conceder imunidade a pessoas sob mandado internacional, desde que a viagem seja motivada por compromissos diplomáticos, como uma conferência de paz, e não por interesses pessoais.
A possibilidade de uma cúpula entre Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi levantada recentemente pelo presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu que o encontro ocorresse na Europa, em um país neutro, possivelmente na Suíça. Macron destacou ainda Genebra, sede europeia da ONU, como local adequado para a reunião.
Ignazio Cassis afirmou que a Suíça está totalmente preparada para organizar um encontro dessa natureza e ressaltou a tradição diplomática do país. No entanto, reconheceu que Moscou tem evitado diálogos com o governo suíço desde a decisão de Berna de adotar as sanções impostas pela União Europeia contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia em 2022.
“Tenho reiterado constantemente essa disposição (de organizar reuniões) durante meus contatos com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nos últimos meses (…) Mas eles me disseram que, desde que a Suíça adotou sanções europeias, perderam parte da vontade de fazer reuniões aqui”, declarou Cassis.
O ministro citou ainda um precedente recente: a participação em Genebra da presidente do Senado russo, Valentina Matvienko, colaboradora próxima de Putin e também alvo de sanções internacionais, durante a Assembleia da União Parlamentar Internacional.



