Aviões israelenses lançaram dois ataques aéreos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste domingo (19), em retaliação ao que Israel classificou como uma “violação flagrante” do cessar-fogo por parte do Hamas. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), o grupo palestino teria disparado um míssil antitanque contra tropas que atuavam na região para desmantelar infraestrutura considerada terrorista. O Hamas negou qualquer envolvimento e acusou Israel de criar pretextos para justificar novas ofensivas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou que as forças de segurança atuem “com força” contra alvos ligados ao Hamas, após reuniões emergenciais com o ministro da Defesa e integrantes do alto escalão militar. Testemunhas relataram à agência AFP que os bombardeios ocorreram em uma área de Rafah ainda sob controle militar israelense e que, antes dos ataques, houve confrontos entre milicianos palestinos e combatentes do Hamas.
Os ataques ocorrem poucos dias após a entrada em vigor do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, que previa a retirada parcial de tropas israelenses, a troca de prisioneiros e reféns e a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Apesar da trégua, episódios de violência têm sido frequentes: desde o acordo, mais de 30 palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos em diferentes incidentes.
A tensão reacendeu temores sobre o colapso do cessar-fogo, firmado para conter a escalada de um conflito que já deixou mais de 68 mil mortos desde 2023. Organizações internacionais alertam para o agravamento da crise humanitária em Gaza, onde persistem a escassez de alimentos, os escombros e a dificuldade de acesso a hospitais e abrigos.