Menino belga de 13 anos torna-se o primeiro paciente curado de um tipo de câncer cerebral considerado terminal
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Foto: Imagem Ilustrativa / Freepik

Menino belga de 13 anos torna-se o primeiro paciente curado de um tipo de câncer cerebral considerado terminal

Segundo os especialistas, ainda pode levar de 10 a 15 anos até que esse conhecimento se transforme em um tratamento eficaz para outros pacientes

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Um menino belga de 13 anos, Lucas Jemeljanova, tornou-se o primeiro paciente no mundo a alcançar a cura completa de um tipo de câncer cerebral considerado terminal: o glioma pontino intrínseco difuso (DIPG). Diagnosticado aos seis anos, Lucas enfrentava uma doença rara e extremamente agressiva, cuja taxa de mortalidade chega a 98% e cuja sobrevida média após o diagnóstico é de apenas nove meses. A remissão total, registrada em 2024, é inédita na medicina oncológica pediátrica.

A recuperação ocorreu após Lucas participar de um ensaio clínico na França, onde recebeu o medicamento everolimus, aprovado para o tratamento de outros tipos de câncer, mas até então sem resultados comprovados contra o DIPG. Ao longo de vários exames, médicos observaram o tumor desaparecer completamente, fenômeno que surpreendeu a equipe responsável, liderada pelo oncologista Jacques Grill. A resposta excepcional de Lucas está associada a uma mutação genética rara em seu tumor, que pode ter tornado as células cancerígenas mais sensíveis ao medicamento.

O caso reacendeu a esperança da comunidade científica, que agora busca compreender por que apenas Lucas, entre as crianças do mesmo estudo, teve remissão total. Outras sete apresentaram respostas prolongadas, vivendo mais de três anos sem recaídas, mas nenhuma teve o tumor eliminado. Pesquisadores trabalham para analisar anormalidades genéticas e criar organoides tumorais em laboratório, tentando reproduzir o comportamento celular que permitiu a cura inédita.

Segundo os especialistas, ainda pode levar de 10 a 15 anos até que esse conhecimento se transforme em um tratamento eficaz para outros pacientes. Mesmo assim, o caso de Lucas já é considerado um avanço histórico para o enfrentamento do DIPG, que afeta cerca de 300 crianças por ano e, até então, não tinha terapias capazes de oferecer chances reais de sobrevivência a longo prazo.

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